Segundo avaliação da central, a estratégia do Executivo de aplicar recursos do FGTS para financiar a infra-estrutura do país coloca em risco um “patrimônio do trabalhador”. Caso um investimento realizado com dinheiro do FGTS não dê o resultado projetado ou uma obra fundamental de infra-estrutura não seja concluída, o prejuízo recai, dessa forma, sobre o conjunto dos trabalhadores que mantém o fundo.
“Não podemos de forma alguma ficar calados diante da tentativa do governo de criar um fundo que pode gerar prejuízos, à revelia dos trabalhadores. Entendemos que os trabalhadores devem ter o direito de optar ou não em correr o risco, como no caso das aplicações de dinheiro do FGTS em compra de ações da Petrobras ou da Companhia Vale do Rio Doce”, diz Paulinho.
Na opinião do sindicalista e também deputado federal pelo PDT-SP, a proposta do governo é arbitrária e desconsidera o fato de o FGTS ser um direito adquirido pelos trabalhadores.
“O dinheiro nas contas do FGTS, vale ressaltar, é uma reserva que sempre é utilizada pelos trabalhadores para seu sustento após demissões, doenças graves ou na compra da casa própria”, enfatiza o dirigente sindical.
Embora critique a proposta do governo de aplicar recurso do fundo em obras públicas de infra-estrutura, a fim de estimular o crescimento da economia em 5% ao ano, Paulinho considera importantes os projetos para o desenvolvimento do país. No entanto, para se opor à idéia, ele destaca os riscos apresentados aos trabalhadores.
O vice-presidente da Força, Eleno Bezerra, também critica a proposta do governo. “Se, no pacote a ser anunciado segunda-feira, por meio de MP (Medida Provisória), o governo determinar o uso de recursos do fundo para esta finalidade vamos nos mobilizar”, ameaça Bezerra.
Para ele, essa proposta consiste em “tomar dinheiro do trabalhador”.
Segundo Bezerra, a Força é a favor da criação de um fundo no qual o trabalhador possa aplicar recursos voluntariamente, e com garantias, o FGTS em ações. “Não vamos aceitar que o governo pegue o dinheiro do FGTS para fazer investimentos de risco e deixar o prejuízo para os trabalhadores”, destaca o sindicalista, também presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos).
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