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Lafer acha difícil conclusão da Alca até 2005
Das Agências
03/03/2001 | 13:52
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O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, defendeu a posição brasileira em relação à criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) durante encontros promovidos esta semana com autoridades dos Estados Unidos, em Washington, capital do país.

Esse foi um dos temas abordados durante a visita, na qual o chanceler brasileiro também tratou das relações bilaterais Brasil-EUA, estabeleceu um contato com o novo governo republicano do país, preparou a visita que o presidente Fernando Henrique Cardoso fará ao presidente George W. Bush no dia 30 de março e conversou sobre temas relacionados à Cúpula das Américas, que acontece de 20 a 22 de abril, na cidade canadense de Quebec.

Entre os temas abordados durante a reunião está a própria criação da Alca.

Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, na embaixada brasileira em Washington, Lafer disse que a posição do Brasil a respeito da Alca é conhecida. Ele disse que, do ponto de vista brasileiro e dos países do Mercosul, as negociações envolvendo a Alca são importantes e complexas e lembrou que, entre os assuntos a serem abordados nas negociações, estão barreiras não-tarifárias, financiamentos para a produção, antidumping e temas relacionados à agricultura. Segundo ele, a complexidade dessas questões torna difícil a conclusão das negociações até 2005, como prevê o cronograma inicial da Alca.

Lafer afirmou que teve a oportunidade de defender essa posição nos encontros que manteve e que, segundo ele, foram muito produtivos. "Estive reunido com pessoas abertas e dispostas a discutir questões e a manter um diálogo", afirmou. Os encontros abordaram ainda questões como a importância da democracia e a segurança no hemisfério, assim como a necessidade de uma solução bem sucedida aos conflitos na Colômbia. Temas que, de acordo com Lafer, também são importantes nas relações bilaterais entre os dois países.

O ministro também citou relatório divulgado recentemente pelo Council of Foreign Relations - organização não-partidária que estuda as relações entre os EUA e outros países - que enviou uma carta ao presidente Bush sugerindo, entre outras coisas, que os EUA façam do Brasil o ponto focal de sua política na América do Sul. Segundo Lafer, o relatório reforça a importância da relação bilateral Brasil-EUA.

Lafer, que abriu a entrevista homenageando o embaixador e banqueiro Walther Moreira Salles, falecido esta semana, terminou sua declaração inicial citando o Barão do Rio Branco, dizendo que uma relação "boa e construtiva" com os Estados Unidos, bem como a colaboração entre os países da América do Sul, são prioridades da diplomacia brasileira.

O ministro iniciou sua viagem no dia 24 de fevereiro, em Viña del Mar, onde se reuniu com o presidente do Chile, Ricardo Lagos. Em seguida, o chanceler viajou para Nova York, onde se encontrou com autoridades da Organização das Nações Unidas e Washington. Na capital dos Estados Unidos, Lafer se encontrou com congressistas, o representante comercial dos EUA, Robert Zoellick, o secretário de Estado, Colin Powell, e a assessora para Assuntos de Segurança da Casa Branca, Condoleeza Rice.

As informações são da Agência Brasil.




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