"Sinto-me mais argentino que nunca e me dói ver como candidatos os mesmos que já nos roubaram, que saquearam o país. Tenho medo como todo mundo, mas ele se dissipa quando vejo que levaram US$ 50 bilhões, e que há crianças desnutridas e pessoas que não podem comer", disse Maradona.

Quando chegou a Cancun, na noite de sábado, Maradona pediu justiça para o povo e disse que ela apenas chegará quando "os políticos pagarem de alguma forma todas as besteiras que fizeram. Vou continuar criticando, mesmo que me ameacem", disse.

"Eles sabiam que o dinheiro saía do país e não disseram nada; eles são coniventes no roubo e esse problema repercute em todas as direções, inclusive no futebol, pois o esporte não é uma ilha. Pode ser uma paixão, pode ser o esporte rei, mas o povo tem de trabalhar para ir aos estádios. Mas não tem dinheiro e nem trabalho", comentou Maradona.

O ex-jogador também responsabilizou os organismos financeiros internacionais e os Estados Unidos pela crise vivida na maioria das nações pobres. "Os americanos e os bancos internacionais emprestam 10 para cobrar 50, mas isso não é culpa deles", disse Maradona.

Mostrando bom humor, o argentino disse que "estaria disposto a dirigir a seleção mexicana", mas logo se corrigiu, afirmando que os diretores mexicanos não permitiriam. Sobre Cuba, Maradona disse: "prefiro um caos como o da ilha caribenha com Fidel Castro aos assassinos do presidente George W. Bush e seu progenitor com seus genocídios em vários países, na Palestina, no Iraque e no Afeganistão", discursou.

"Sinto que os cubanos estão muito melhor que outras nações, como Argentina, Peru, Brasil e Venezuela", disse.

A diretora de marketing da Maradona Promotions, Estela Pedroza, disse que em setembro acontecerá, em Cancun, um torneio de golfe que levará o nome do ex-jogador argentino.