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‘Dogueiro’ é morto na Oliveira Lima
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
22/10/2006 | 20:05
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O vendedor de cachorro-quente Nelson Andrade da Silva, 54 anos, que trabalhava havia 22 anos no calçadão da rua Coronel Oliveira Lima, no Centro de Santo André, foi assassinado sábado à noite perto do local de trabalho. Silva levou quatro tiros porque reagiu por duas vezes durante um assalto. Ninguém foi preso.

O assassinato ocorreu às 19h30, quando Silva tinha acabado a sua jornada de trabalho e estava colocando o carrinho de cachorro-quente num estacionamento localizado na avenida Queirós dos Santos, perto do calçadão.

Uma ajudante de Silva, J.C.A., 20 anos, que o acompanhava, presenciou toda a ação dos dois ladrões. Um deles utilizava uma touca ninja.

Os dois assaltantes entraram no estacionamento e exigiram todo o dinheiro que Silva havia arrecadado no dia. Um deles sacou uma arma que a testemunha descreveu como “pequena”, possivelmente um revólver calibre 22.

O dogueiro achou que se tratava de alguma brincadeira. “Que assalto o quê!”, teria dito. Em seguida, um ladrão deu um tiro em sua perna.

“A minha nora ficou apavorada e se escondeu atrás do carinho de cachorro-quente. O patrão dela estava muito nervoso. Não admitia ser roubado de jeito nenhum e começou a discutir com os ladrões”, contou a dona-de-casa G.D.C.F., 53 anos, sogra da ajudante do dogueiro.

Após isso, os dois assaltantes fugiram correndo, mas foram seguidos por Silva, mesmo com o ferimento na perna. No calçadão da Oliveira Lima, os ladrões encerraram a perseguição dando mais três tiros contra o comerciante. Após os disparos, conseguiram escapar.

Policiais militares da Força Tática do 41º Batalhão foram acionados para ir até o local. Fizeram patrulhamento pela área central, mas não encontraram os assaltantes.

Os policiais acharam Silva ainda com vida no calçadão e o conduziram até o CHM (Centro Hospitalar Municipal). Entretanto, ele não resistiu aos ferimentos.

Silva era casado, tinha filhos e morava em Poá, na Região Metropolitana. Todos os dias, percorria longa distância para vender os seus dogs no calçadão da Oliveira Lima. A sua barraca era uma das mais requisitadas.

“Todo mundo gostava dele aqui no Centro. Quase todos os dias a gente comia na barraca dele. Ficamos surpresos com o que ocorreu. Trabalho há cinco anos por aqui e nunca tinha ouvido falar de algum assassinato na região”, afirmou o vendedor Marcelo Soares de Souza, 22 anos, que trabalha numa loja de calçados localizada na frente da barraca de dog, um dos poucos estabelecimentos abertos neste domingo no local.

“Estamos muito abalados. A gente não imaginava que pudesse acontecer uma tragédia dessas. Vamos esperar que a polícia consiga prender esses assassinos para que a Justiça seja feita”, afirmou uma das filhas de Silva.




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