O Jardim Caçula, em Ribeirão Pires, resistiu à legislação ambiental...
O Jardim Caçula, em Ribeirão Pires, resistiu à legislação ambiental, à distância do Centro, à troca de acusações entre arquitetos, ambientalistas e políticos e se projetou como um dos bairros mais adensados do município. Sua referência: a Rodovia Índio Tibiriçá.
Quando o repórter-fotográfico Mauricio Pavan, do Diário, fez esta foto – em julho de 1985 – o Jardim Caçula se mostrava um loteamento irreversível, mesmo com muitas quadras à espera de construções.
Sua população chegava a 5.000 moradores. Não possuía redes de água e esgoto. As casas nas partes mais elevadas tinham poços de até 50 metros de profundidade que secavam constantemente.
E por que se permitiu a abertura de um loteamento a poucos metros da Represa Billings? Porque o projeto foi apresentado ao município antes da Lei de Proteção aos Mananciais e o povo precisava de um lugar para morar.
O projeto é do início dos anos 1950. A legislação ambiental passou a vigorar em 1976. Mesmo que a maioria dos lotes tivesse sido vendida depois, grande parte dos quais a trabalhadores da Volkswagen.
Jornalista Nilton Hernandes percorreu o Jardim Caçula à época. E não escondeu sua surpresa:
- É um bairro que impressiona quem o vê pela primeira vez.
- Cercado de matas e dentro da zona de proteção aos mananciais, é tão montanhoso que uma rua já desabou em cima de outra.
A matéria de Hernandes e Pavan foi publicada pelo semanário Domingo em Ribeirão Pires, do grupo Diário, edição de 21-7-1985. De um lado, o arquiteto Frederico Lohmann, do já inativo Conselho Municipal de Desenvolvimento, criticava o prefeito Valdírio Prisco:
- Logo que assumiu, o prefeito deveria ter desapropriado todo o Jardim Caçula, pois não havia tantos moradores como atualmente.
O prefeito se defendia. Ao assumir, encontrou 2.500 moradores, o que dificultava a desapropriação.
OUTROS CASOS
Em 1985, o Jardim Caçula não era o único caso de um loteamento aberto longe do centro urbano de Ribeirão Pires. Vila Rica, Jardim Pinheiro, Vila Nice, Jardim Santo Antônio, Vila Esperança e Estância das Rosas eram outros casos a mostrar o crescimento desordenado da cidade – de resto um problema que atinge ainda hoje, agora com maior intensidade, as demais cidades, do Grande ABC e das tantas regiões metropolitanas. Com ou sem as chamadas leis de proteção aos mananciais.
Para lembrar o Lixão
São dois álbuns: o de hoje, com imagens de 11 de julho na Estância Alto da Serra; e o de ontem, dos tempos do Ponto Chic. Imagens de são-bernardenses. Eles formavam a Turma do Lixão.
CADILLAC E CHEVROLET
E continua a render a foto aqui publicada no domingo, do carrão com Zeca Stangorlini e Nilsinho. Quem nos escreve é o engenheiro Valério Valente, filho do saudoso escritor Valentim Valente. Confirma o engenheiro que o veículo citado não é um Cadillac, mas sim um Chevrolet Bel Air, com as seguintes especificações:
- 2ª geração, ano 1956.
- Provavelmente duas portas, sem coluna (a foto não é nítida).
- Vinham para o Brasil com duas opções de motorização, o tradicional 6 cilindros Blue Flame 3,9 lts e o recém-lançado no ano anterior V8 com 4,3 lts, com opções de câmbio mecânico e automático.
Em 22 de julho de...
1915 – João Baptista de Oliveira exerce interinamente o cargo de escrivão da Coletoria Estadual de São Bernardo.
A guerra. Do noticiário do Estadão: ‘Avanço alemão na região de Riga, na Letônia’.
1975 – Mario Dimov Mastrotti cria o Cubinho. O personagem nasce em pleno regime militar e luta pela preservação da natureza, direitos humanos, justiça social, paz em todas as suas vertentes e o livre pensar.
Cubinho marcou época no Diário. E agora será mostrado em palestra no sábado, das 16h30 às 18h, na Ibérica Cultural e Idiomas: Rua Taipas, 645, bairro Barcelona, São Caetano. Entrada franca. Contato: 4227-6333 com Henrique.
Revista Raízes
- Fundação Pró-Memória de São Caetano lança hoje, às 19h, no Teatro Santos Dumont, o número 55 da revista Raízes, sempre com notícias, reportagens e fotos da História da cidade e região.
Endereço: Avenida Goiás, 1.111. Mais informações pelo telefone 4223-4780.
Diário há 30 anos
Domingo, 21 de julho de 1985 – ano 28, nº 5882
Especial – O Polo Industrial de Sertãozinho foi criado em 1975, mas crescia vagarosamente. Como cenário, matas, portos de areia, chácaras e uma favela. E apenas 35% do espaço ocupado por fábricas.
São 3.500 empregos, contra os 18 mil do Polo Capuava e 27 mil das 137 indústrias de Mauá.
Industriais que investiram no espaço apontavam a falta de obras de infraestrutura.
Santo André – Sociedade Amigos da Vila Valparaíso fabrica tijolos para a construção de sua sede, na Rua Piracicaba.
Polícia – Assassinos impunes. Falta ao Grande ABC uma delegacia de homicídios. Reportagem: Ivan Machado.
Barro Paulista
- Nossa Senhora da Conceição. Século 18. Barro cozido e policromado. Coleção Cúria Metropolitana de São Paulo.
Imagem faz parte da exposição Barro Paulista: a tradição bandeirante do imaginário em barro cozido. Em cartaz no Museu de Arte Sacra, Capital (Avenida Tiradentes, 676, bairro da Luz). Curador: Dalton Sala.
Santos do Dia
- Felipe Evans
- José da Palestina
- Maria Madalena
Hoje
Dia do Cantor Lírico
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.