Cultura & Lazer Titulo 40 Anos do Homem na Lua
Programa espacial dos EUA está na corda bamba
Da AFP
16/07/2009 | 07:09
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Num momento em que o país celebra os 40 anos da conquista do satélite natural da Terra pelo homem, a ambição dos Estados Unidos de voltar a enviar astronautas à Lua, como primeiro passo para missões a Marte, poderá ser abortada em função sérias restrições orçamentárias.

Depois da catástrofe do ônibus espacial Columbia em 2003, o então presidente George W. Bush decidiu por fim aos voos das três naves em 2010 e, em troca, proporcionar aos Estados Unidos ambiciosos projetos espaciais, como o Programa Constellation.

O programa prevê o retorno dos norte-americanos à Lua até 2020, além de uma viagem para Marte. Apesar de não negar abertamente esses objetivos, o atual presidente americano, Barack Obama, nomeou uma comissão de especialistas para examinar o programa e entregar suas conclusões até o final de agosto.

Os ônibus espaciais, que voam desde 1981, foram concebidos para transportar equipamentos pesados e volumosos com o objetivo de construir a ISS (Estação Espacial Internacional, na sigla em inglês).

Por conta desta nova política, os Estados Unidos ficaram por muito tempo em órbita baixa, conforme afirmou em várias ocasiões Michael Griffin, ex-diretor da Nasa e um dos idealizadores do Programa Constellation. "Acho que deveríamos voltar à Lua, que está a apenas alguns dias de viagem, para nos prepararmos para um voo de vários meses para Marte", afirmou.

"O objetivo final é estabelecer colônias humanas no Sistema Solar", declarou ao Congresso durante a apresentação do Constellation.

No entanto, o orçamento da Nasa não é suficiente para cobrir o custo dos projetos Constellation, que envolve a cápsula Órion - uma versão mais espaçosa e avançada do que o módulo lunar Apollo. O custo total estimado para o programa é de US$ 150 bilhões.

"A Nasa simplesmente não pode retornar para a Lua até 2020 com o atual orçamento destinado à exploração espacial (US$ 6 bilhões)" , declarou, em meados de junho, o senador democrata Bill Nelson, da Flórida.
Ex-astronauta, Nelson também criticou que, entre 2010 e 2015, os Estados Unidos não terão ônibus espaciais disponíveis para levar seus astronautas até a ISS e dependerão das naves russas Soyuz.

Por outro lado, um grupo de engenheiros da Nasa trabalha num projeto paralelo chamado Jupiter Direct, que estuda a possibilidade de construir outro tipo de foguete baseando-se no conceito do atual ônibus espacial, com uma cápsula como a Órion e utilizando tecnologias que já existem.

Este projeto, já adiantado, só custaria US$ 14 bilhões, como foi apresentado à comissão de especialistas. O presidente dessa comissão, Norman Augustine, ex-diretor da Lockheed Martin, explicou que a decisão só depende do aspecto financeiro. "Temos a tecnologia para levar os humanos à Marte, mas a questão é saber quais são os nossos meios", afirmou recentemente.

 




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