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Diadema manteve acordo com oficina mesmo depois de comprar carros zero

Após adquirir 21 novos Voyage, Câmara aditou contrato e já gastou R$ 30 mil com manutenção

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
15/07/2019 | 08:40
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DGABC


Mesmo depois de comprar 21 veículos zero-quilômetro, por R$ 1,17 milhão, a Câmara de Diadema manteve acordo com oficina da cidade por R$ 303,2 mil ao ano para manutenção dos veículos da frota que, em tese, foram adquiridos com três anos de garantia total de fábrica.

Em dezembro do ano passado, poucos dias depois de fechar a compra de novos Volkswagen Voyage para cada um dos gabinetes, o Legislativo diademense aditou contrato com a oficina Fábio Eduardo da Silva Mecânica ME, localizada na região central da cidade. O acordo inicial com a firma foi fechado em 2017 e a prorrogação foi de mais um ano de vínculo.

Levantamento feito pelo Diário mostra que, só nos seis primeiros meses deste ano, a casa desembolsou R$ 29,6 mil só com a manutenção de veículos – média de R$ 5.000 com este tipo de serviço por mês. Os carros novos foram comprados no início de dezembro e o edital da aquisição – à época – assegurava garantia total pelo período de três anos.

Ao efetuar a compra dos carros zero-quilômetro, a justificativa dos parlamentares era a de que os custos com a manutenção dos carros antigos (Gol de modelos 2011/2012) eram altos e que a compra dos novos veículos eliminaria este tipo de despesa. Não foi o que ocorreu. Apenas dois meses depois da chegada dos carros novos, o legislativo diademense desembolsou R$ 18,5 mil com a oficina mecânica. Foram mais R$ 2.500 em março; R$ 3.754 em abril e R$ 4.394 no mês passado.

No início de junho, o Diário mostrou que o Ministério Público de Diadema estava de olho em possíveis irregularidades cometidas por parlamentares no uso dos veículos que compõem a frota. O MP encaminhou questionamentos acerca de denúncias de uso pessoal do carro por parte dos vereadores Paulo Bezerra (PV) e Célio Boi (PSB). Ambos negam.

O próprio presidente do Legislativo, Pretinho do Água Santa (DEM), reconheceu que “acontecem alguns abusos por parte de assessores” no uso dos veículos, que, em tese, deveriam ser utilizados de forma exclusiva ao mandato. É comum, por exemplo, veículos da Câmara de Diadema serem usados para transportar vereadores em eventos partidários e circularem pela cidade aos fins de semana.

OUTRO LADO
Questionada sobre o fato, a Câmara de Diadema alegou que o contrato com a oficina foi aditado porque “apenas os carros dos vereadores foram trocados e que os veículos da administração ainda são da frota antiga e necessitam de manutenção”. Contudo, não especificou quantos automóveis antigos a casa ainda possui e quais deles passaram por reparos desde janeiro.

O Diário também pediu que o Legislativo revelasse com detalhes os serviços de manutenção realizados nos veículos e que informasse a quais gabinetes pertencem os carros, mas a casa alegou não ser “possível consultar as notas fiscais em razão do tempo exíguo”. “É necessário manter, permanentemente, um contrato de manutenção de veículos, independentemente da idade da frota, nos termos preconizados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado)”, frisou a Câmara. 




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