O juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, aprovou nesta terça-feira uma acareação entre Suzane von Richthofen e os irmãos Daniel e Christian Cravinhos, réus confessos do assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002. Os três são julgados desde o dia anterior no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.
O pedido de acareação foi feito pela defesa dos Cravinhos e pelo Ministério Público. Na segunda-feira, o advogado dos irmãos, Geraldo Jabur, chamou Suzane de "mentirosa", depois que a jovem, última a depor, disse que sua família sempre foi
"bem-estruturada e normal", contradizendo o que haviam dito mais cedo os
Cravinhos.
Já o promotor Nadir de Campos Junior disse que a acareação entre os réus pode ajudar a apontar o verdadeiro mentor do crime. Enquanto os irmãos Cravinhos afirmam que Suzane planejou tudo e eles executaram, a ex-estudante disse que apenas participou do assassinato dos pais porque foi coagida a fazer isso por Daniel.
Entre as questões a serem discutidas no confronto, os advogados dos irmãos Cravinhos querem saber porque Suzane insinuou que o pai dos jovens, Astrogildo, sabia do crime. Já do outro lado há dúvidas sobre o depoimento de Daniel, que afirmou que ela era vítima de abuso sexual por parte de Manfred.
No entanto, a acareação não deve acontecer nesta terça, porque o juiz decidiu que primeiro serão ouvidas as testemunhas do caso. Segundo Nadir de Campos, nove pessoas vão depor e cinco foram dispensadas.