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Empresário assume comando do Azulão

Pouco conhecido, Fernando Rocha Garcia chega para quitar passivo e resgatar a equipe

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
06/07/2020 | 23:50
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Orlando Filho/26/1/2003


O empresário paulistano Fernando Rocha Garcia, 38 anos, é o novo mandatário do futebol do São Caetano. Diretor-proprietário da Detrilog Construções e Serviços Ambientais, ele assumiu o passivo do São Caetano Futebol Ltda, que estima-se ser na casa dos R$ 20 milhões, em troca da gestão do clube. A ideia do agora mandatário do Azulão é quitar as dívidas (os atrasos salariais se aproximam de três meses) e recolocar a equipe novamente em destaque, um passo por vez, partindo da busca pelo acesso no Campeonato Paulista da Série A-2 e no Brasileiro da Série D, na tentativa de repetir as participações em torneios de elite.

Fernando tem poucas experiências anteriores no esporte, mas uma passagem o persegue. Em 2007, quando presidiu o Balneário Camboriú-SC em empreitada conturbada, sofreu acusações do ídolo santista Pepe por não pagar salários, fazer falsas promessas e ter fugido – problemas os quais ele diz ter respondido e arcado (leia mais na coluna Confidencial). O empresário ainda patrocinou a Portuguesa há três anos e teve a marca estampada em caminhão da Copa Truck. “Gosto de futebol. Estava há algum tempo procurando um clube para montar projeto-empresa, com variáveis bacanas do que a gente vê que dá certo no mundo do futebol e houve a aproximação com o São Caetano. Queremos resgatar os anos de glória. Seria grande tristeza ver o São Caetano continuar como estava”, disse Fernando, ciente das dívidas. “Foi feita transação para assumir o passivo. Não tem nenhum investimento. A entrada é pela troca do passivo”, emendou o empresário, que pretende “escolher a dedo” os profissionais que irá trazer – terá prioridade quem já está no clube.

No contrato não está previsto nenhum tipo de prazo de vencimento ou encerramento da gestão. “Assumo hoje. A intenção é organizar, botar a folha em dia e começar a arrumar o que tem para trás para retomar as atividades, voltando ao foco principal, que é a busca pelo acesso à A-1 e começar a trabalhar para a Série D. O combinado foi pela quitação, o quanto antes, de todas as despesas”, decretou Fernando, que será o único sócio.

Presidente por 25 anos, Nario Ferreira de Souza exaltou o desfecho da negociação. “O São Caetano precisa de pessoa que venha para fazer o futebol na cidade. Passamos por dificuldades de novembro para cá, momento delicado. Mas não estamos vendendo, até porque não é nosso. Estamos repassando a parceria, porque a Limitada foi criada para gerir o futebol da Associação (Desportiva São Caetano). Apareceu o Fernando. Apresentamos os valores dos débitos. Hoje o clube deve na casa dos R$ 20 milhões. E estou feliz em saber que existe alguém para dar condição e tocar esse clube, que não pode parar”, disse o ex-mandatário, que agradeceu a importância que o empresário Saul Klein, filho de Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, teve nos 20 anos de parceria com o Azulão – exaltou que o clube deve muito a ele, pelo sucesso alcançado durante este “casamento”.

Nairo falou também sobre um dos desafios iniciais que a nova gestão vai encontrar. “A minha preocupação sempre foi com os funcionários e muitos foram mandados embora, sem acordos. Alguns com dez 15 anos de casa, foram simplesmente espirrados do clube. Pessoas que vestiam a camisa. Não adianta ter dinheiro e não saber fazer gestão. Aconteceram verdadeiros absurdos e o Fernando está chegando para resgatar tudo e colocar o São Caetano no lugar dele.”

O empresário explicou que não conhece Saul Klein, mas considerou que o clube “deve muito” tanto a ele quanto a Nairo. “São pessoas que o São Caetano tem de ser grato.” Segundo o novo mandatário azulino, as portas estarão abertas caso a dupla queira seguir em ação no clube. De sua parte, Nairo se colocou à disposição. “Sou sócio benemérito, tenho história, de 30 anos (de história), fui presidente durante 25. Se precisar de mim para ajudar, dar opinião, conta comigo.” 




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