Rafael Daniel vê erros na gestão, mas diz que petebista
tem condições de resgatar projetos elaborados pelo tio
Sobrinho do prefeito petista Celso Daniel (morto em 2002) e ex-candidato a vice na chapa de Nilson Bonome (PMDB), Rafael Daniel (PMN) oficializou ontem apoio ao projeto de reeleição de Aidan Ravin (PTB) ao Paço de Santo André. Junto dele, aderem PMN e PSL. Com o anúncio, o ex-braço-direito de Aidan é o único da coligação que ainda não se posicionou.
Ex-assessor de Aidan, cargo em que atuou por quase dois anos, Rafael sustentou que a decisão é do grupo. O ex-candidato a vice reconheceu erros na administração. Contudo, comparou às dificuldades enfrentadas pelo tio no primeiro mandato (1989 a 1992). "Nos primeiros quatro anos do Celso ele cometeu muito equívoco, mas aprendeu muito. Enxergo exatamente assim, pois não é fácil pegar governo de forma complicada como o PT deixou. É preciso encontrar a fonte dos recursos. Tudo isso ele começou e agora vem a época da colheita."
Foram três horas de conversa para bater o martelo. O prefeito, segundo Rafael, possui condições de resgatar os projetos de Celso. "Ele (Aidan) falou: ‘Fiz tudo o que pude'. Não foi por falta de vontade."
O peemenista adiantou que as conversas entre Aidan e Bonome "estão bem adiantadas". "Sem o Nilson eu não estaria aqui." Ele mencionou ser fundamental a presença de Bonome no projeto. "É essencial a presença física com pulso firme para ajudar a conduzir a Prefeitura. Ele (Aidan) sabe muito bem que é extremamente necessária."
Bonome sofre pressão das esferas superiores para definir o apoio pelo PT. "Aqui tem presidente de partido (Bonome), e não chama Michel Temer (mandatário nacional). Acredito que pode ter problema nisso. Assim de repente ele pode não continuar no partido, mudar", citou Aidan.
Rafael acrescentou que o petebista se comprometeu a retomar o Corredor Cultural, desde o Cine Teatro Carlos Gomes até a revitalização do calçadão da Rua Coronel Oliveira Lima, além de fomentar o turismo em Paranapiacaba. A implantação de duas subprefeituras (Segundo Subdistrito e Vila Luzita) e triplicar esforço para finalizar a reforma do estádio Bruno José Daniel também entraram no acordo.
"Esse foi o aperto de mão", disse Rafael, sobre a obra no equipamento que ficou abandonada após a Prefeitura derrubar a marquise, que gerou, inclusive, ação no Ministério Público. "Sem contar a busca de apoios para que o esporte volte a ser referência."
Durante a campanha, Rafael disse que saiu da Prefeitura por não concordar com a maneira de Aidan governar, e faltava-lhe a capacidade administrativa do tio. Ontem, ponderou que talvez nos próximos 50 anos não se tenha prefeito do nível de Celso. "Importante é não deixar o projeto dele morrer. Aidan tem vontade, tem lado família, aberto ao diálogo. Por isso, peço que a população reflita no que aconteceu há dez anos (morte do tio)."
Aidan argumentou que Rafael está na frente antiPT e não é preciso nem explicar as razões. "Ele é sobrinho do Celso." O prefeito exaltou o ingresso do bloco, então dissidente do Paço, confirmando o acordo em "naturalmente incorporar o plano peemedebista". "Não os via em outro lugar, nem como neutros no processo. Ele vem para somar ao projeto e construirmos juntos."
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