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Atlético-PR não aparece em coletiva da Conmebol
Raphael Ramos
Do Diário do Grande ABC
14/07/2005 | 08:53
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A primeira final da Copa Libertadores com dois clubes do mesmo país está sendo marcada pelo clima hostil entre dirigentes de São Paulo e Atlético-PR. Quarta-feira, por exemplo, os paranaenses não compareceram à tradicional coletiva de imprensa com os organizadores do torneio que, historicamente, acontece na véspera do jogo decisivo.

  A ausência dos diretores do Furacão foi ironizada e criticada pelo São Paulo e minimizada pelo presidente da Conmebol (Confederação Sul Americana de Futebol), Nicolas Leoz. “Isso não é problema meu. Não sei porque eles (atleticanos) não estão aqui”, disse Leoz.

  O superintendente de Futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, preferiu esnobar a atitude da diretoria paranaense. “Vim aqui com prazer e antes de tudo por educação”, afirmou. “Não entendo como alguém não possa estar presente em um evento como este”.

  A assessoria da Toyota, empresa que patrocina e co-organiza a Copa Libertadores, informou que o Atlético-PR foi convidado para participar da coletiva, mas não deu resposta. De acordo com Tony Casagrande, assessor de imprensa do Furacão, a ausência de dirigentes paranaenses no evento deveu-se, exclusivamente, a uma questão de logística.

  “Primeiro de tudo, o Atlético recebeu o convite da Conmebol muito em cima da hora e não havia tempo para disponibilizar a viagem de um dos dirigentes para São Paulo. Nesta quinta-feira (quarta-feira), no meio da tarde, saiu o vôo de Curitiba apenas com elenco e comissão técnica. A diretoria só embarca num vôo de amanhã (quinta-feira)”, afirmou Casagrande, que rechaçou qualquer possibilidade de vingança pelo fato de a entidade ter vetado o estádio da Arena da Baixada para a primeira final. “Isso não existe”, finalizou o assessor.

  As rusgas entre os diretores atleticanos e são-paulinos começaram antes da primeira partida da final, quando os paranaenses foram impedidos de atuar na Arena da Baixada, já que o regulamento do torneio exige que, para sediar a decisão, o estádio deve ter capacidade para receber, no mínimo, 40 mil torcedores. Depois, os dirigentes do Atlético-PR ameaçaram pedir a interdição do Morumbi alegando falta de segurança, devido às brigas ocorridas no primeiro jogo da semifinal entre policiais militares e torcedores do River Plate.

  Por último, o Furacão rejeitou os dois mil ingressos oferecidos pelo São Paulo para o jogo de nesta quinta-feira, pois havia pedido cinco mil entradas. Depois, os atleticanos voltaram atrás e aceitaram os bilhetes, mas afirmaram que o Tricolor já se sentia campeão e teria, inclusive, comprado chope para a comemoração do título.

  Quarta-feira, Marco Aurélio Cunha rebateu as críticas. “Com relação aos ingressos, enviamos para o Atlético-PR o que nos foi oferecido no primeiro jogo: dois mil ingressos. É o princípio da reciprocidade”, disse. “Agora, o chope é pouco. O São Paulo comemora com vinho”.

  Se o relacionamento com a diretoria do Atlético-PR não é nada amistoso, os dirigentes são-paulinos aproveitaram para trocar afagos com a oposição no clube. Quarta-feira, Marco Aurélio Cunha tomou o microfone ao final da coletiva para homenagear o ex-presidente José Eduardo Mesquita Pimenta, que comandou o clube nas conquistas da Libertadores e do Mundial em 1992 e 1993 e estava presente à coletiva, pois é amigo de longa data do presidente da Conmebol, Nicolas Leoz.

  Pimenta também foi cumprimentado por Júlio Casares, diretor de marketing do Tricolor, mas negou que esteja se aproximando do grupo do presidente Marcelo Portugal Gouvêa devido às eleições que acontecem no clube no próximo ano. “Somos muito amigos, isso é são-paulinismo”, disse.

Regulamento– O presidente da Conmebol Nicolas Leoz admitiu uma possível mudança no regulamento para a próxima edição da Copa Libertadores, principalmente com relação à capacidade dos estádios na decisão. “Se todas as equipes quiserem que ao invés de 40 mil a capacidade seja de 25 mil pessoas, a Confederação tem de acatar”, afirmou.

No entanto, o dirigente fez questão de ressaltar que esta não é a primeira vez, por força do regulamento, que um clube é impedido de jogar a final em casa. “Em 2002, aconteceu a mesma coisa com o São Caetano, que teve de jogar fora. Em 2003, o Santos teve de atuar no Morumbi”, lembrou.

Colaborou Bignardi Junior



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