Em agenda no Grande ABC, o candidato do PSDB ao governo do Estado e ex-prefeito da Capital, João Doria, sugeriu votar no presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, em eventual segundo turno contra o também ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, postulante do PT à Presidência da República.
“Quero deixar claro que meu voto para o próximo domingo será em Geraldo Alckmin (PSDB) e faço isso com o meu coração tranquilo. Mas quero dizer também que a partir de segunda-feira eu serei um guerreiro contra o PT, contra os petralhas, contra os bandidos do partido. Não dou moleza para a quadrilha do (Luiz Inácio) Lula (da Silva) nem para o Haddad, que tive o prazer de vencer na eleição de São Paulo. Se ele fosse bom, teria sido reeleito. A partir de segunda, meu voto é pelo Brasil e contra o PT”, disse, ao microfone, na Praça do Carmo, em Santo André.
A frase reforça o movimento ‘Bolsodoria’, que defende votos em Bolsonaro e Doria, ignorando Alckmin. Duas lideranças tucanas de São Bernardo já aderiram ao ato – o presidente da Câmara, Pery Cartola, e o secretário de Esportes, Alex Mognon.
A peregrinação de Doria pela região teve início em São Caetano, às 10h50, onde ele encontrou com o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) e os candidatos Carla Morando (PSDB-estadual), Fabio Palacio (PSD-federal) e Ricardo Tripoli (PSDB-Senado).
O foco do discurso foi crítica ao governador Márcio França (PSB), que busca se reeleger. França tem desferido ataques ao tucano, em busca de desconstruir o antigo aliado e atingir o segundo turno – pesquisas de intenções de voto, por ora, colocam Doria e Paulo Skaf (MDB) na etapa final do pleito. “A partir de segunda-feira, Márcio França, já que você não vai para o segundo turno, comece a governar São Paulo, a população agradece”, declarou o tucano.
Nesta agenda, Doria prometeu viabilizar a construção da Linha 18-Bronze do Metrô, que ligaria o Centro de São Bernardo à Estação Tamanduateí, na Capital. Contrato de PPP (Parceria Público-Privada) foi assinado em 2014, porém, as intervenções empacaram em falta de recursos para desapropriações. “Lamentavelmente o governador interino de São Paulo, Márcio França, interrompeu esse processo, mas nós, a partir de janeiro, vamos retomar.”
Após tomar café em padaria na Rua Visconde de Inhaúma, tradicional cenário comercial de São Caetano, Doria partiu para o mais importante centro de compras de rua de Santo André: o calçadão da Coronel Oliveira Lima, onde foi recepcionado pelo prefeito Paulo Serra (PSDB).
O ato teve início às 13h e durou cerca de uma hora. Doria caminhou por cerca de uma hora, conversou com lojistas e pedestres e fez selfies com apoiadores.
Além de sugerir voto em Bolsonaro no segundo turno, o candidato comentou o atentado sofrido pelo postulante do DC ao Estado, Major Costa e Silva, na noite de quarta-feira, em Ribeirão Pires. “Há que se investigar. Nenhum tipo de violência pode ser admitido em campanha política ou fora dela. Espero que eles se recuperem”, finalizou.