Qual é a finalidade de uma CPI que se arrasta há oito anos e sequer um relatório foi elaborado? Com a palavra os vereadores de Mauá. São eles que têm de explicar como foi gasto todo esse tempo sem que nada de útil fosse efetivamente produzido pelos nobres edis, que agora pedem a prorrogação do prazo por mais quatro meses.

A CPI em questão, a maior do Legislativo mauaense, tem como objeto de investigação a Eletropaulo. Quando nasceu, em 2011, pretendia averiguar o fato de os moradores da cidade não conseguirem resolver questões financeiras no posto de atendimento do município, tendo de deslocar-se até Santo André para tal finalidade.

Depois, ampliou – pelo menos no papel e nos discursos – seu espectro de ação, passando também a questionar a distribuição de energia elétrica e a colocação dos postes pelas ruas e avenidas locais.

Talvez pela perda do foco inicial, a comissão mostrou-se inócua e inexpressiva. Inicialmente, ela deveria durar 120 dias, depois ganhou mais um mês de prazo e assim seguiu, ou melhor, empacou durante três legislaturas. Ficou tão sem sentido que até fornecedora de energia elétrica, seu pretenso alvo, deixou de prestar serviços aos mauaenses, sendo substituída pelo Consórcio Mauá Luz,

Os integrantes do Poder Legislativo de Mauá precisam explicar aos munícipes, seus eleitores e também os patrocinadores da Casa, por meio dos tributos que pagam, qual é o sentido de tamanho desperdício de dinheiro público e de tempo, para dizer o mínimo.

É preciso que essa CPI seja encerrada e que todos os responsáveis, de forma clara e objetiva, prestem contas do que promoveram neste período. Se não o fizerem, estarão passando recibo de descaso e incompetência. Assim como permitirão que se avente a possibilidade de que outros interesses, que não a análise da atuação da empresa, foram os verdadeiros responsáveis pela manutenção quase que perpétua de tal comissão.