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Família alega que jovem foi preso por engano em Santo André

Kauan Oliveira Santos, 18 anos, é acusado de ter roubado carro na última quinta-feira

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
07/01/2020 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Familiares e amigos de Kauan Oliveira Santos, 18 anos, preso na última quinta-feira na Vila Príncipe de Gales, em Santo André, afirmam que ele foi levado pela polícia e acusado de roubo por engano. O rapaz, morador da comunidade Sacadura Cabral, é ex-estudante de direito e não tem antecedentes criminais. Ele foi preso após ter sido identificado pela PM (Polícia Militar) a partir de características físicas fornecidas por uma vítima que teve seu veículo assaltado na Vila Vivaldi, em São Bernardo.

Conforme a família de Santos, que tem realizado protestos, o jovem passou a tarde e início de noite de quinta-feira na calçada de casa, tendo em vista que o bairro estava sem energia elétrica. Por volta das 20h, ele trocou de roupa e avisou os parentes que iria a uma churrascaria com amigos. O grupo passou no centro comunitário do bairro (na Rua Fernando de Noronha, 74) para buscar outro colega que também participaria do encontro. No local, seis pessoas foram ‘enquadradas’ por policiais e duas foram detidas (além de Santos, Lucas Andrei Nascimento Dias, 20) suspeitas de praticar o crime.

Conforme o boletim de ocorrência do caso, logo após a polícia receber informação a respeito do roubo do carro e pertences em São Bernardo (na Rua Rio Feio, altura do número 401, na Vila Vivaldi), foi acionada sobre outro crime, um assalto a transeunte na Rua Las Palmas, altura do número 181, na Vila Palmares, em Santo André. O veículo Spin, de cor preta, teria sido usado pelos criminosos. O automóvel foi localizado estacionado na Rua Cambuci, altura do número 10, na Vila Príncipe de Gales, também em Santo André. 

No interior do veículo, a polícia localizou alianças e a chave de uma residência da vítima. Os dois presos negaram envolvimento no crime, no entanto, foram presos em flagrante e, após audiência de custódia, tiveram a prisão convertida para preventiva e seguem no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André. Conforme o TJ (Tribunal de Justiça do Estado), o processo será distribuído a uma das varas criminais do Fórum de Santo André hoje, data em que termina o recesso do órgão.

Tia de Santos, Elza Clarice Silveira da Silva, 33, alega que o sobrinho foi reconhecido parcialmente pelas vítimas de roubo apenas pelo tipo de roupa que usava. “Estamos sem dormir, sem comer. Não é possível que vão deixar meu filho preso por um crime que não cometeu”, observa a mãe do acusado, Luciene Sales de Oliveira Santos, 41. A família ressalta que Santos não tem envolvimento com drogas e que estava celebrando novo emprego em farmácia da região.

José Roberto dos Santos, 44, pai de Santos, lembra que o filho sonha ser advogado. Segundo a família, o rapaz participou de programa destinado a jovens aprendizes do Fórum de São Bernardo e, no ano passado, chegou a cursar um semestre do curso de direito na Uninove – também fez estágio em escritório de advocacia.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo não se pronunciou sobre o caso até o fechamento desta edição.

Caso de Lucas, morador da favela do Amor, segue sem esclarecimentos

Familiares e advogados que acompanham o caso de Lucas Eduardo Martins dos Santos, 14 anos, afirmam que seguem sem esclarecimentos sobre a investigação, que corre sob segredo de Justiça. O jovem desapareceu da frente de sua casa, na favela do Amor, em Santo André, na madrugada de 12 de novembro. 

Em 3 de dezembro, laudo necroscópico apontou que corpo encontrado 18 dias antes era o do adolescente e tinha sido vítima de asfixia mecânica por afogamento. Resultado de exame toxicológico é aguardado. “Essa foi a última informação que tivemos”, assinalou a tia do jovem, Isabel Daniela dos Santos, 35. 

Mesma falta de informações é enfrentada pelos advogados que acompanham o caso. “Não estão retornando aos nossos questionamentos. A última novidade foi a identificação do corpo”, destacou Leonardo Domeniqueli, vice presidente da OAB de Santo André.

A família culpa a PM pela morte de Lucas, uma vez que ele teria desaparecido após abordagem policial. 




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