Política Titulo Máfia do ISS
Vice da Acigabc reconhece
que lista cria um desconforto

Luporini afirma que, se comprovado envolvimento
de Bigucci na Máfia do ISS, clima fica insustentável

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
12/12/2013 | 00:09
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Marina Brandão/DGABC


O vice-presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores do Grande ABC), Armando Luporini Júnior, alegou que, caso seja comprovado o envolvimento da empresa MBigucci na Máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços) instalada na prefeitura de São Paulo, o clima ficaria insustentável para a permanência de Milton Bigucci, proprietário da construtora, à frente da entidade. “Realmente é uma situação desconfortável, não só aos empresários. Isso é complicado.”

Luporini avaliou que “seria decepção” se confirmada a ligação da MBigucci na lista da propina apurada pelo Ministério Público Estadual, que colocou a incorporadora no rol de empresas investigadas. Conforme a planilha encontrada em computador apreendido com auditor fiscal que delatou o esquema, a companhia do Grande ABC pagou R$ 95,4 mil à quadrilha. Na relação, ela devia R$ 238,6 mil em tributo para o Paço e depositou apenas R$ 13,3 mil.

No mês passado, Bigucci foi reeleito ao cargo de presidente da entidade para o biênio 2014/2015, posto o qual ocupa há 18 anos. No processo de eleição interna, não houve chapa concorrente, assim como aconteceu em outras disputas anteriores. Com a investigação do MP, empresários do setor imobiliário demonstram descontentamento com o fato de a suposta relação da MBigucci com a fraude fiscal manchar e denegrir a imagem de atuação da classe na região.

Também presidente do conselho deliberativo da Acigabc, Luporini afirmou, ao mencionar o estatuto, que “ninguém teria condições de intempestivamente convocar nova eleição”. Segundo ele, é questão de “bom-senso” deixar o cargo se ficarem evidenciadas as provas de crime levantadas pela Promotoria. “Não dá para conviver com um problema desse (acusação de propina). É impossível. Aqui é como no Interior (de São Paulo). Todo mundo aponta o dedo na cara. Perde-se a representatividade, acaba e tem de trocar.”

Em entrevista, Bigucci declarou que não vê problema em discutir possível substituição no comando da entidade. “Se tiver alguém querendo se candidatar eu sou o primeiro a aceitar (a condição)”, disse o mandatário da Acigabc, acrescentando que “sempre” foi aclamado para continuar com as rédeas da instituição.

Para Luporini, o cenário de troca precisaria ser discutido internamente. O vice frisou que os associados teriam de se posicionar oficialmente a respeito. “Hoje vejo com surpresa essas informações, mas acho que alguma coisa possa acontecer de fato (se comprovado), pois isso demonstraria que não conheço o Bigucci.”

Em relação à denúncia sobre a empresa, Bigucci não quis comentar o caso.




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