Após um longo debate, os senadores aprovaram o projeto antiterrorista, que deverá passar agora a uma comissão encarregada de conciliar os textos votados na Câmara e no Senado. Depois, o projeto passará por avaliação na Corte Constitucional e seguirá para sanção presidencial.
A lei antiterrorista, que terá vigência de quatro anos, prorrogável por mais quatro, permite a prisão de suspeitos e batidas policiais sem mandado judicial, escutas telefônicas e exame de correspondência. A medida também amplia o período de detenção de suspeitos até o indiciamento formal e determina o registro obrigatório de residências e residentes.
A lei permite ainda à promotoria conceder poderes de polícia a membros das Forças Armadas, que ficarão habilitados a levantar provas e identificar corpos nas regiões de difícil acesso.
Os ministros da Defesa e do Interior, Jorge Uribe e Sabas Pretelt, acompanharam os debates no Senado e comemoraram a aprovação da lei, que é criticada pela ONU por dar poderes judiciais aos militares.
O diretor do escritório colombiano do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Michael Frühling, afirmou que o projeto restringe as liberdades individuais. Segundo Frühling, várias medidas da lei antiterrorista são "incompatíveis" com as normas internacionais que a Colômbia prometeu respeitar. A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) também advertiu sobre as conseqüências do projeto para a população civil.
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