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Greves ameaçam governo de Tony Blair
Da AFP
08/09/2003 | 16:03
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O 135º Congresso da Confederação Sindical Britânica (Trades Union Congress/TUC) foi inaugurado nesta segunda-feira tendo como cenário as ameaças de greve por parte de vários importantes líderes sindicais que acusam o premiê trabalhista de ter dado um giro para a direita em sua política de governo.

Reunidos na cidade balneária de Brighton (sudeste), os dirigentes sindicais têm intenção de enfrentar a criação de hospitais semiprivatizados, o aumento do preço da matrícula das universidades ou o prorrogação da jornada de trabalho.

David Prentis, secretário-geral da Unison, o sindicato britânico mais importante com 1,3 milhão de afiliados, advertiu claramente domingo que a reforma dos serviços públicos da saúde (NHS), a décima-sétima desde 1979, era uma razão para ir à guerra sindical.

Prentis afirmou que o governo trabalhista ia "direto contra a parede" se persistir em querer pôr em marcha hospitais com um estatuto autônomo e fundos privados; a questão entraria em debate no parlamento nesta segunda-feira. Para o líder sindical, o mais urgente é o aumento dos salários previsto por um acordo recente que, se não for aplicado, "poderá levar a uma guerra".

Tony Woodley, que deve suceder Bill Morris no próximo mês à frente do TGWU, organização com 900 mil afiliados, afirmou também que o TUC era "uma rampa de lançamento para os conflitos vindouros". "Temos um governo que está muito perto do mundo dos negócios e que não nos ouve. Necessitamos de uma mudança de política", declarou.

Nesta segunda-feira, o presidente honorário do TUC, Nigel De Gruchy, advertiu também o governo em seu discurso que, "enquanto não se levar em conta o abismo que separa o tratamento para com os empregados e para com os diretores, existirá um risco de se provocar um conflito social inútil".

O secretário-geral do TUC, Brendan Barber, frisou que os britânicos, que têm a jornada semanal de trabalho mais longa da Europa com 48 horas, eram os únicos a quem os empresários podem obrigar a trabalhar ainda mais. "Ao contrário, para os dirigentes existem recompensas enormes, tão desproporcionais que beiram à fraude", afirmou De Gruchy.

Na linha de mira se acham os "fat cats", literalmente "os gatos gordos", os dirigentes empresariais que recebem salários astronômicos e cláusulas de rescisão milionárias quando deixam suas funções, com ou sem bons resultados.




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