Política Titulo Aposta
Grana sugere a Padilha
transferência de título

Com documento em São Paulo, ministro da Saúde seria
uma opção petista para concorrer ao governo do Estado

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
27/04/2013 | 09:56
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Em evento de inauguração ontem, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), quebrou o protocolo no palanque e sugeriu ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), a transferir o título de eleitor para São Paulo. A orientação tem como base a disputa ao governo do Estado em 2014, na qual o nome do petista surge entre os favoritos da legenda. Em compensação, o documento de Padilha está, atualmente, registrado em Santarém, no Pará.

Médico sanitarista, o ministro mudou o domicílio eleitoral para o Norte do País em 2002, quando, em processo de residência, resolveu adotar a medida para ter direito a votar no então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva, que naquele ano teve a primeira vitória eleitoral. O discurso de Grana, a princípio despretensioso, contém pano de fundo. Padilha já é reconhecido como a mais nova aposta de Lula para concorrer contra a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB).

Padilha seria o novo ‘poste' do ex-presidente. O ministro, que nunca entrou numa corrida pelo voto, já é morador de São Paulo e sinalizou que acatará a sugestão de Grana - declaração firmada também por outros políticos para criar suposto clamor sobre o nome do titular da Saúde. "Não tem nada que me honre mais do que a missão dada pela presidente (Dilma Rousseff, PT) de ser ministro. É nisso que estou focado. Mas é lógico que, como é pedido do Grana, vou pensar nisso durante a viagem."

Afilhado político de Lula, Grana enalteceu a trajetória de Padilha na Capital, reiterando que o título paraense é somente circunstancial. "Passou da hora de consolidar (a transferência) e poder ser eleito por São Paulo", afirmou o prefeito, depois de lançar, ao lado do ministro, 17 leitos de UTI adulto (leia mais na página 3 do caderno Setecidades). Ao desconversar sobre a predileção ao posto, o petista disse que não há definição de projeto do governo do Estado. "Assunto está em aberto. O convite é justamente para ele ficar no páreo para ser um dos possíveis nomes a serem avaliados."

Além de Padilha, entre os quadros petistas mencionados por Grana estão o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. "São nomes em potencial do PT. Ou podem aparecer outros (políticos) daqui até o fim do ano, quando deve ser definido (o candidato) pelo partido (por consenso)", despistou o chefe do Executivo, completando que terá reunião na quarta-feira com Lula para tratar de questões políticas.

Marinho descartou veementemente a possibilidade de deixar o governo pela metade para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Na campanha de 2012, o prefeito de São Bernardo defendeu o nome de Mercadante na disputa.

E o ministro da Educação não é mais pré-candidato. Ontem, ele avaliou que será mais útil à frente da Pasta nacional, como grande prioridade estratégica do País. Segundo Mercadante, a sua continuidade é atitude concreta para demonstrar essa proeminência.

Mercadante se reuniu recentemente com Dilma, Lula e o presidente nacional do PT, Rui Falcão. Rechaçou, porém, pedido para retirar a candidatura.

Adesão

O ministro da Saúde negou diálogo com Dilma nesse sentido. "A presidente tem tratado sempre temas da Saúde. Tenho dito que o único prazo que estou preocupado agora é redução das filas de espera de cirurgia", esquivou-se Padilha.




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