Cinema do bom há em abundância na mostra Para Gostar de Cinema, em cartaz nesta e na próxima semanas no Cinusp. A primeira etapa de exibições é dedicada aos anos 50, tempo de luz para o cinema norte-americano, década em que foi dominada a máquina de fazer filmes com total versatilidade e liberdade. São também os anos que imediatamente precedem a Nouvelle Vague e os cinemas novos, mas isso é outra história.

Entre esta segunda e sexta-feira, um Orson Welles e um Billy Wilder. A Marca da Maldade (1958) é o Welles em questão. Tem o famoso plano-seqüência inicial, que tanto embasbaca de tão trabalhosa a sua confecção e de tão curioso o seu resultado. Charlton Heston faz o policial mexicano que bate cabeça com um colega norte-americano (Welles, enorme) durante investigação na fronteira. O oficial latino foi com a mulher (Janet Leigh), em viagem de lua-de-mel, para essa região limítrofe. Muito suor, muitos olhares que expressam uma violência futura e reprimida e uma cena com Janet ameaçada por vândalos em um quarto de motel.

Testemunha de Acusação (1957), o Wilder da semana, é bem mais ameno. Estão no elenco Tyrone Power, Marlene Dietrich e Charles Laughton, concentrados em levar adiante a história de um advogado requisitado por mulher para defender o marido dela em caso de assassinato. Em respeito a Agatha Christie, autora da peça que inspirou o filme, Wilder contém arroubos de comédia, drama e suspense para concluir uma obra multigenérica. E ótima.

Para Gostar de Cinema (Anos 50) – Mostra de filmes. De segunda a sexta-feira, às 16h e 19h. No Cinusp – r. do Anfiteatro, 181 (Cidade Universitária), São Paulo. Tel.: 3091-3540. Entrada franca.