Durante a eleição em que se sagrou prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) usou e abusou do mote de regionalidade para captar votos. Sua primeira ação como maior expoente da Região Metropolitana, no entanto, será promover um almoço, na sede da administração paulistana, somente com os prefeitos eleitos pelo seu partido.

Custeado com dinheiro do contribuinte da Capital, o evento está marcado para hoje, às 12h30, no gabinete de Haddad, com sete chefes do Executivo petistas da Grande São Paulo - incluindo Luiz Marinho (São Bernardo), Carlos Grana (Santo André) e Donisete Braga (Mauá).

Os prefeitos Paulo Sergio Ribeiro (Carapicuíba), Francisco Daniel de Morais (Franco da Rocha), Sebastião Almeida (Guarulhos) e Jorge Lapas (Osasco) foram confirmados pela assessoria do prefeito da Capital para o almoço. Ao todo, a Região Metropolitana conta com 39 cidades.

Haddad e diversos petistas não se furtaram em criticar o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) pela ausência de discussões regionais, embora o pessedista fosse presidente do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano, criado em 2011. O petista da Capital provavelmente substituirá Kassab à frente da instituição.

Ontem, Haddad esteve em São Bernardo, em evento ao lado de Marinho no campus da UFABC (Universidade Federal do ABC). Em entrevista coletiva, questionou a falta de políticas públicas regionais do governo do Estado, hoje chefiado pelo tucano Geraldo Alckmin.

Marinho afirmou que o prefeito paulistano será o principal agente da Região Metropolitana para cobrar projetos mais amplos do governo estadual. "Vamos conversar sobre o processo metropolitano, como atuar, como interagir e buscar essa pauta metropolitana junto ao governo do Estado", comentou o petista de São Bernardo, que antes da vistoria no campus da UFABC esteve reunido com Haddad para debater temas como drenagem, Mobilidade Urbana e integração nas tarifas de transporte coletivo.

INTERAÇÃO REGIONAL

Antes relutante, Marinho aceitou a indicação para presidir o Consórcio Intermunicipal, tendo o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), como vice. Ele será confirmado como comandante da entidade regional na segunda-feira, na primeira reunião dos gestores municipais de 2013.

O futuro líder do grupo de prefeitos disse que sua principal missão será cobrar ainda mais o Estado para demandas das sete cidades.

Piscinão Jaboticabal entra na pauta do gestor de S.Paulo

Em visita ao campus da UFABC (Universidade Federal do ABC) em São Bernardo, o prefeito Luiz Marinho (PT) pediu ao chefe do Executivo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), a aceleração do processo de liberação do terreno para o governo do Estado para a construção do Piscinão Jaboticabal, na divisa entre o Grande ABC e a Capital, travado desde 2008.

A instalação do reservatório depende de liberação de área por São Paulo. A previsão é que o piscinão seja construído numa área de cerca de 160 mil metros quadrados.

"Pedi a ele (Haddad) que localize o processo da cessão do terreno. A partir disso é possível pensar em resolver a inundação que sempre acontece no km 10 da (Rodovia) Anchieta, no Córrego Ribeirão dos Couros", disse Marinho.

Haddad relatou que soube na quarta-feira que a medida está parada. "Recebi hoje (ontem) a demanda do prefeito (Marinho). Nesta semana terei reunião com o comitê de desenvolvimento sustentável, setor da Secretaria de Obras. Podemos trazer o Estado para saber em que pé está o processo", argumentou o ex-ministro da Educação.