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Fiscais flagram crime ambiental
Leandro Calixto
Do Diário do Grande ABC
06/10/2005 | 08:37
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A Polícia Ambiental do Grande ABC autuou um caminhoneiro e um garimpeiro no final da tarde de quarta-feira, por despejarem entulho em depósito de lixo clandestino em área de manancial, ação que caracteriza crime. O depósito começou a se formar há quase três meses sob torre de transmissão de energia da Eletropaulo, em área entre a rua São Tomás Mouro, no Sítio dos Vianas, em Santo André, e a rua Santa Rita de Cássia, no Jardim Industrial, em São Bernardo. O local é área de proteção.

O garimpeiro Cláudio Alves dos Santos, 33 anos, e o caminhoneiro Francisco Saraiva de Azevedo, 52, devem ser indiciados pelo Ministério Público por terem exercido "atividade poluidora contra o meio ambiente". A pena para esse tipo de crime varia de seis meses a um ano de detenção.

Além de responderem o processo na Promotoria Pública do Meio Ambiente de Santo André, os dois terão de pagar multa de R$ 1.102,93. Quarta-feira, eles assinaram um TC (Termo Circunstanciado). "Vamos sugerir a condenação deles para o MP. O que eles e outros estão fazendo é uma verdadeira degradação contra o meio ambiente. Além do mais, este aterro compromete seriamente as casas que estão próximas ao barranco", disse o tenente da Polícia Ambiental Rogério Lemos de Toledo, que acompanhou a inspeção pessoalmente no local.

Flagrante – Há 27 dias, o Diário publicou reportagem denunciando o surgimento do depósito de lixo clandestino na divisa de Santo André e São Bernardo. Quarta-feira pela manhã, a reportagem esteve novamente no local e verificou que dois caminhões estavam despejando entulhos no aterro. Um dos garimpeiros, inclusive, atirou pedras na reportagem. Segundo moradores que vivem na região, mais de 40 caminhões despejam diariamente entulhos no terreno. Outra reclamação é que o lixão provoca um cheio insuportável para quem vive próximo da área.

O caminhoneiro Francisco Saraiva diz que faz esse tipo de serviço há quase oito anos. "Sou autônomo e recolho entulhos para quem precisa. Não sabia que não podia jogar lixo aqui", disse. Já o garimpeiro Cláudio Alves é apontado pela Polícia Ambiental como um dos homens que se apropriou da área. "Tem gente que paga para este senhor R$ 10 para ele deixar os caminhoneiros jogarem entulho aqui", disse o tenente Rogério de Toledo. Cláudio contou que está desempregado há mais de seis meses. "Vou fazer o quê da vida? Roubar?", questionou o garimpeiro, que vende os ferros recolhidos no aterro clandestino.

Eletropaulo – A direção da Eletropaulo informou que já registrou um boletim de ocorrência há quase dois meses. A área só não teria sido cercada até agora porque a empresa que foi contratada para efetuar o serviço se sentiu ameaçada. Os garimpeiros teriam intimidado os funcionários da empreiteira. A Eletropaulo informou ainda que vai solicitar junto à Polícia Ambiental segurança ostensiva para garantir os serviços.




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