ARTIGO

Incêndio no Memorial evidencia falhas

No fim do mês de novembro, mais um incêndio de grandes proporções atingiu um de nossos empreendimentos. Desta vez, o incidente provocou forte comoção, pois ocorreu no Memorial da América Latina, centro cultural da cidade de São Paulo. Embora as causas ainda não tenham sido confirmadas, as notícias apontam que o fogo teria se iniciado quando a energia elétrica, que havia tido queda, retornou e causou curto-circuito no Auditório Simón Bolívar. As chamas comprometeram cerca de 50% do local.

Mas a questão é muito mais ampla que as causas desse incêndio. O que deve, mais uma vez, ser discutido é o sistema de prevenção adotado nos empreendimentos brasileiros, já que nosso País ainda ‘engatinha’ quando o assunto são os cuidados para se evitar incêndios, devido à cultura do descrédito em relação à prevenção e ao alto preço para a adesão dos sistemas de segurança.

A NBR (Norma Brasileira Regulamentadora) é pouco eficaz e ainda não unificada no território nacional. Quem fiscaliza as instalações é o Corpo de Bombeiros, ou seja, órgão estadual, o que regionaliza as regras conforme o local da edificação. O pior problema ainda não é esse, já que a legislação permite a liberação para funcionamento somente com as mínimas exigências atendidas. Outra adversidade são os equipamentos básicos ineficazes que, geralmente, são instalados. Em muitos casos, são fabricados no Exterior, têm o selo de autorização colado aqui no Brasil e são vendidos sem a menor fiscalização. Exemplo dessa negligência é a inexistência de órgão responsável para avaliar os detectores de fumaça, partes importantes na precaução e combate ao fogo.

A preocupação em atender às exigências mínimas pode ser explicada pelo fato de muitos estabelecimentos se preocuparem apenas com a obtenção do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). O documento é emitido durante vistoria para certificação da condição de segurança contra incêndios, prevista pela legislação, e estabelece a data da próxima vistoria, dando menos atenção a fatores como instalação e funcionamento.

Os prejuízos e riscos que a falta de rigidez das normas brasileiras causam ficaram mais uma vez em evidência com o incêndio ocorrido no Memorial da América Latina. Felizmente, não houve feridos graves, mas essa é mais uma boa oportunidade para nos perguntarmos sobre até quando nossos patrimônios e nossas vidas serão postos em risco por conta da falta de atenção a um item tão importante quando o assunto é segurança.

Felipe Melo é engenheiro eletricista com MBA em Gestão de Projetos e diretor de projetos da ICS Engenharia.

PALVRA DO LEITOR

Boas-Festas

O Diário recebe e retribui votos de Boas-Festas a Volkswagen do Brasil; Santa Helena Assistência Médica S.A.; Edson Asarias e Advogados Associados; Miguel Torre; Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes; CNTM; Força Sindical; Atento; HM Indústria Gráfica e Editora; deputado federal Vanderlei Siraque; Carol Gonçalves; Florense; Antonio Carlos Henriques; Manuel Franco de Melim; Sipan (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André e Região); Aipan (Associação das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Grande ABC); Museu Paulista; Museu Republicano; Sheila Walbe Ornstein; Solange Ferraz de Lima; NET.

Ameaça

É impressionante a desfaçatez do prefeito de São Paulo, chamado apropriadamente de ‘Malddad’, ameaçando, sim, ameaçando, cortar vagas em creches, hospitais e corredores de ônibus! Até as pedrinhas sabem que o problema não seria falta de recursos e sim má gestão dos mesmos. Além disso, no próximo ano, o partido ao qual o prefeito serve está louco para abocanhar o governo do Estado e estão fazendo o ‘diabo’ para isso, haja vista as propagandas (são legais, morais?) em que aparece o pretendente, para enganar a população!

Aparecida Dileide Gaziolla, São Caetano

Resposta

Em resposta à carta do leitor José Amâncio (Dos Estados, dia 15), a Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, informa que o asfalto feito na Avenida dos Estados foi serviço de contrapartida da empresa Aquapolo, negociada pela gestão anterior, mas sem durabilidade. Para execução dos serviços de recapeamento, é necessário que se faça primeiro a contenção das margens do Tamanduateí. Tal solicitação já foi encaminhada ao governo do Estado, através do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Vale ressaltar que a Prefeitura de Santo André realizou neste ano mais de 100 vistorias por toda a cidade, com 14 mil m² de ruas e avenidas asfaltadas e 54 mil buracos cobertos entre outros serviços de manutenção.

Prefeitura de Santo André

Notáveis

Na condição de pai de aluno e representante das crianças durante 30 anos, registro minha admiração à EEPG Professor José Augusto Leite Franco, representada pelo diretor Teodoro e por toda equipe docente, que tem destacado exemplo de dignidade em todos os âmbitos, que, com respeito e dedicação, abraçam com carinho e responsabilidade a grade escolar, que todos os pequenos estudantes tanto buscam. Parabéns, diretor, professores e funcionários, que os senhores sirvam de exemplo a muitas escolas que pouco se destacam, se preocupando apenas com personalismo e utopia de um corpo docente ambicioso e de interesses próprios.

Edson Campelo, Santo André

Caça aos caças

O Planalto decidiu comprar os caças suecos Gripen, modelo escolhido por ‘consultores cumpanheros’, que não entendem nada de tecnologia, defesa da Pátria nem de Segurança. Num País sério a escolha teria sido pela Força Aérea, a única capacitada a opinar. Mas como os militares não ‘militam’ na cumpanherada, e numa eventual guerra só eles terão a vida em perigo, não foram consultados.

Mário A. Dente, Capital

Péssima redação

Foi publicada nos atos oficiais da Prefeitura de Santo André a Lei número 9.545/2013, dia 20, que dispõe sobre a aplicação de multa ao cidadão que for flagrado jogando lixo nos logradouros públicos. A lei, de iniciativa dos vereadores, é de boa intenção, porém é de péssima redação. Como podemos nomear de cidadão alguém que descarta resíduos em local impróprio? Diga-se de passagem, não é lixo e sim resíduo.

Caio Augusto de Carvalho, Santo André

Solução criativa

Corredor para ônibus, para bicicletas e agora para táxi, e não se esqueçam de deixar um para pedestres. Os carros ficam nas garagens, fecham-se as montadoras e o trânsito volta a ser o sonho de todos os governantes. Como são criativos, a solução dada por eles é o aumento de impostos. Um dia o eleitor acorda.

Izabel Avallone, Capital