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Urbanização faz surgir 246 bairros no Grande ABC
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
01/11/2003 | 18:48
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Nos últimos anos, os municípios Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá viram surgir 246 novos bairros em lugares onde antes só havia amontoados de barracos e vielas tortas. O período de adequação dessas cidades às áreas regulares chegou a exigir até 10 anos de investimentos. Entre essas cidades, Diadema concentra a maior parte das favelas urbanizadas: em uma década, 154 já receberam infra-estrutura, mas ainda restam quase 20 em condições precárias.

Modelo de urbanização, a extinta favela do Sacadura Cabral, em Santo André, recebeu obras que possibilitaram a interação com os bairros vizinhos e, é claro, resultaram em melhorias na qualidade de vida de seus habitantes. Para uma urbanização, é necessário, no mínimo, pavimentação, redes de água, esgoto, iluminação pública e acesso a serviços básicos oferecidos pelo governo. Também é importante que as vias principais tenham acesso a bairros vizinhos para sair do estado de isolamento.

Segundo números oficiais, Santo André tem 66 favelas urbanizadas, 28 com urbanizações pontuais e 94 com algum tipo de intervenção – como rede de água, esgoto ou iluminação. Em Mauá, são 17 assentamentos urbanizados e outros sete em processo.

O secretário de Habitação e Meio Ambiente de São Bernardo, Osmar Mendonça, disse que a cidade tem nove favelas que já podem ser chamadas de bairros e outras cinco em processo de urbanização. Nem todas estão completamente pavimentadas, mas foram projetadas e desenhadas a fim de atender um projeto urbanístico que ofereça todas as condições de habitação dignas para uma família. “A urbanização deve, sobretudo, respeitar a ocupação e remover a menor quantidade possível de pessoas”, disse.

O projeto arquitetônico de um bairro que se formou a partir de uma favela pode perder todas as suas características em pouco tempo, caso não exista controle sobre futuras ocupações, ou mesmo alterações nas casas.

Segundo a coordenadora do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Maria Lucia Refinetti Martins, uma boa medida para evitar este tipo de problema pode ser tomada pela própria comunidade. “Precisaria ter uma convenção do bairro para que se formulem regras que condenem mudanças estruturais desordenadas, como a instalação de uma garagem extra ou de um puxadinho. Isso pode facilmente impedir uma passagem e estragar todo o projeto”, disse.

As cidades, porém, procuram controlar o impulso dos moradores com fiscalizações freqüentes. “Se tiver algo irregular que prejudique, deve ser derrubado”, afirmou o diretor do Departamento de Habitação de Diadema, Josemundo Dário Queiroz.




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