O presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles, descreveu como ‘epidemia' a crise inflacionária internacional e o Brasil como ‘paciente' da alta dos preços. Em uma palestra para cooperativas de trabalho médico, Meirelles usou diversas analogias da Saúde para explicar a situação econômica mundial e frisar que o BC está adotando todas as medidas necessárias para controlar a inflação e manter o crescimento sustentável.

"A boa notícia é que: primeiro, o remédio existe e é eficaz; segundo, que o remédio está sendo aplicado a tempo e a hora e isso significa que o paciente já está com plenas condições para enfrentar o problema e melhorar sem grande seqüelas", disse.

Segundo Meirelles, o remédio é o aperto da política monetária feito pelo BC, com o aumento do superávit primário pelo setor público. Ele destacou que a vantagem do Brasil frente aos outros países foi o diagnóstico precoce do problema e que foi preciso esfriar ‘um pouquinho' a economia para impedir o repasse generalizado da alta das matérias-primas para os preços finais. "Esse ajuste nunca é um ajuste de festa, mas pode ser encarado com mais serenidade", ressaltou, em referência aos seguimentos da sociedade que criticaram a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC de aumentar o percentual da taxa básica de juros da economia (Selic) nas reuniões de abril e junho.

Estipulada em 12,25% ao ano, a Selic poderá subir novamente na próxima reunião do Copom, marcada para 22 e 23 de julho. Os analistas financeiros estão divididos entre uma alta de 0,50 ponto percentual e 0,75 pp. Após destacar os avanços econômicos do País e lembrar o fim do problema da dívida externa, Meirelles afirmou que sua mensagem era de confiança e a idéia era garantir o desenvolvimento sustentável do Brasil.