Em tempos de crise no PT e da esquerda, O PCB (Partido Comunista Brasileiro), conhecido como Partidão, resiste e promete lançar um candidato a deputado federal nas eleições deste ano. O presidente estadual do partido, César Rasec, de Diadema, é o nome do Grande ABC que deverá disputar a vaga na Câmara. Para a Assembléia, quem pode concorrer são o dirigente do PCB de Mauá, Daniel Alcarria, e Vladimir Antônio Vladão Campos, ex-vereador de Diadema, segundo o secretário de Organização comunista no Estado, Igor Grabois.

“Ainda não sabemos quantos candidatos vamos lançar, mas queremos eleger pelo menos um deputado federal”, conta o secretário. Aliados do governo Lula, os comunistas históricos querem compor com candidaturas de esquerda como o P-SOL (dissidência do PT), ou seja, Heloísa Helena, para presidente, e Plínio de Arruda Sampaio, para governador. O PCB espera indicar os vices nas chapas.

Fundado em 1922, o Partidão foi a principal agremiação de esquerda nos chamados anos de chumbo, quando atuou na clandestinidade e teve muitos de seus camaradas perseguidos pelo regime militar.

Posteriormente, divisões internas levaram o partido a dividir-se em duas legendas, o PCB e o PC do B. Algum tempo depois, grande parte da militância do PCB migrou pro PPS, mas a sigla original continuou a existir. “Todas as semanas a velha guarda, mesmo os que não militam, se reúne.”, conta Grabois.

A seu favor, o Partidão diz contar com novas regras eleitorais, que – espera-se – baratearão o custo das campanhas. “Como não temos financiamento, para nós é claro que o fato de a campanha ser mais barata ajuda”, afirma Grabois. Hoje, o PCB tem 25 vereadores espalhados pelo Brasil. Para o pleito de outubro, a expectativa de Grabois é que haja crescimento na representação na região Norte do país. “Além de São Paulo, onde esperamos eleger um deputado”, destaca o secretário de Organização comunista.