A diretoria e o departamento jurídico do Palmeiras sabem que é praticamente impossível conseguir a absolvição de Kléber no julgamento que será realizado nesta segunda-feira pelo TJD (Tribunal de Justiça Desportiva). A procuradoria denunciou o atacante palmeirense pela cotovelada dada no zagueiro são-paulino André Dias, no clássico do último dia 16.

O objetivo da defesa do Palmeiras, então, passa a ser convencer os auditores a modificar o artigo no qual Kléber foi denunciado: do 253, agressão, que prevê pena de 120 a 540 dias de suspensão, para o 254 (praticar jogada violenta) ou o 255 (praticar ato de hostilidade), que poderiam deixar o atacante, no máximo, seis partidas fora do Paulistão.

Se Kléber pegar cinco jogos de suspensão, por exemplo, a diretoria do Palmeiras já ficaria satisfeita. Ele não atuaria nas três partidas finais da primeira fase (contra Portuguesa, São Caetano e Barueri) e nas duas semifinais. Mas voltaria ao time na eventual decisão do título.

 “Estou tranqüilo com relação ao julgamento. Para falar a verdade, estava até evitando pensar nisso”, contou Kléber, após a vitória sobre o Paulista. Ele não fez gol no jogo e teve, inclusive,atuação mais apagada do que nos duelos anteriores.

O departamento jurídico palmeirense vai tentar descaracterizar a agressão mostrando imagens da jogada. Um dos argumentos será que Kléber olhava a bola no momento do lance e, por isso, o movimento do braço contra o olho esquerdo de André Dias foi acidental. O fato do zagueiro do São Paulo também não ter deixado o campo por causa da cotovelada pode atenuar a pena.

Os advogados não decidiram se utilizarão a entrevista de André Dias no intervalo do jogo, quando o zagueiro disse que perdoava Kléber, que havia se desculpado pelo lance. O são-paulino, porém, mudou o discurso quando retornou ao campo.