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Transplante pode demorar um mês
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
17/06/2011 | 07:01
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O transplante de medula óssea que o estudante Lucas Guizzardi, 10 anos, aguarda desde os 5 ainda pode demorar um mês para acontecer. Isso porque é necessário ter todas as garantias de que doador e receptor estão bem de saúde e aptos a realizar o procedimento. A afirmação é da hematologista Rosaura Saboya, que integra equipe do médico Frederico Luiz Dulley no Hospital das Clínicas, onde será feito transplante.

Segundo Rosaura, após confirmar a compatibilidade, é preciso realizar exames para garantir o sucesso do transplante, que depende de multifatores. "Quanto mais jovem o paciente, maiores são as chances de sucesso", destacou. Outros fatores que influenciam são a situação clínica do transplantado, a qualidade da equipe médica e a disponibilidade de remédios.

Para o doador, o procedimento é simples e o risco não passa de 0,4%. A pessoa entra no centro cirúrgico, toma anestesia geral e é feita uma punção no osso da bacia. "Um adulto tem cerca de cinco litros de medula nos ossos. São retirados só 500 ml. É muito pouco e não faz falta", destacou.

Riscos

Para quem recebe a medula, esses 500 ml podem ser a chance de continuar vivo. Porém, há vários riscos, conforme Rosaura. "Os primeiros 120 dias são críticos, pois podem ocorrer infecções ou doença do enxerto contra o hospedeiro". Nesse caso, as células do sangue produzidas pela nova medula não reconhecem os órgãos do corpo no qual elas estão.

Passado o período crítico, é necessário fazer acompanhamento para o resto da vida. "Mas geralmente a pessoa leva uma vida normal depois do transplante", garantiu a médica.

Espera deixa a mãe de Lucas angustiada

Rosimar Guizzardi, 30 anos, está angustiada. Há exatamente uma semana, o telefone de sua casa tocou às 7h30 com a notícia que ela esperava há cinco anos: foi encontrado um doador de medula óssea 100% compatível para seu filho, o estudante Lucas Guizzardi, 10 anos, que sofre de leucemia linfoide aguda.

A técnica em gesso achou que a espera pela oportunidade de salvar Lucas havia finalmente acabado. Porém, a família ainda tem de aguardar o contato da equipe do doutor Frederico Luiz Dulley, do Hospital das Clínicas, que deverá fazer o transplante de Lucas. "Falei com eles na segunda-feira. Até hoje (ontem) não me deram retorno", disse.

Dulley é chefe do serviço de transplante de medula óssea do Hospital das Clínicas, referência nesse tipo de atendimento. Com sua equipe, realizou mais de 1.700 transplantes de medula óssea só no HC.

"Sei que o procedimento é caro e demanda muita mobilização. Racionalmente tento entender a demora, mas, como mãe, não consigo parar de pensar nisso", falou Rosimar.




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