Nos últimos meses foram várias as notícias pessimistas em relação à Olimpíada do Rio de Janeiro. Temor pelo zika vírus, Baía de Guanabara avaliada como inavegável, possibilidade de atentado, falta de Segurança, enfim, temor de todo o mundo, até dos próprios brasileiros. Os Jogos terminaram domingo e quase nenhuma ocorrência grave foi registrada, a não ser a invenção do nadador norte-americano Ryan Lochte, que alegou ter sido vítima de assalto e depois assumiu que era mentira.

A verdade é que o complexo de vira-lata ainda domina os brasileiros. Mesmo depois de o Brasil ter sediado uma das melhores Copas do Mundo da história, em 2014, muitos tinham dúvidas de que era capaz de receber a Olimpíada. Estrangeiros torciam o nariz e, até inconscientemente, não aceitavam ver os Jogos em um País em desenvolvimento. Recebemos e fizemos história. A cerimônia de abertura encantou o mundo e começou a mudar a imagem do Brasil. As disputas transcorreram sem nenhum problema. Estive no Rio de Janeiro e pude constatar que tudo, absolutamente tudo, funcionou perfeitamente.

Claro que os 17 dias de Olimpíada não fizeram milagre. A Segurança melhorou porque o policiamento foi reforçado, a Baía de Guanabara continua suja – perdemos a chance de limpá-la definitivamente – , o zika vírus ainda é uma ameaça, mas o Brasil conseguiu superar tudo isso e surpreendeu. O mundo é só elogios ao Rio de Janeiro. Aqui, muitos ainda dizem que não fizemos mais do que a obrigação.

Talvez as coisas só comecem a mudar por aqui quando nós, brasileiros, acreditarmos que somos capazes. E deixarmos de nos colocar em inferioridade em relação ao restante do mundo. A Olimpíada deu a lição.