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Rua 25 de Março atrai classe média
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
13/09/2006 | 23:18
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Quem acredita que o comércio da rua 25 de Março, em São Paulo, é popular está muito enganado. Apesar de oferecer muitos produtos a baixo custo, a via comercial de maior concentração do país surpreende por receber freqüentardores com boa renda e formação escolar. O local é um dos maiores atrativos da capital paulista para os moradores do Grande ABC, assim como de grande parte do Estado e até mesmo de outras regiões do país.


Essas informações foram identificadas no estudo “O Comportamento de Compras do Consumidor da 25 de Março” da empresa de pesquisa TNS InterScience. “Queríamos entender qual é o perfil desse consumidor e entrevistamos pessoas que estavam na rua fazendo compras. Ficamos surpresos com muitos resultados”, explica Valéria Rodrigues, diretora de Planejamento para o Varejo.


A pesquisa identificou três perfis na via de comércio. As pessoas que trabalham nas lojas, que compreenderam 11% dos entrevistados, os que estão para revenda, seja porque tem loja ou são autônomos, 10% dos abordados, e os que estavam no local para compras de proveito próprio, o equivalente a 79% dos que responderam à pesquisa. “Após esse levantamento, resolvemos focar no consumo próprio”, diz a diretora.


Segundo Valéria, o que pode ser notado é que as pessoas que freqüentam a 25 de Março para consumo particular são um público qualificado. A classe média foi identificada como maioria no local, com 58% de participação no movimento do comércio. A renda familiar identificada é de R$ 2.350, e o gasto médio apresentado foi de R$ 123. “Se compararmos a população brasileira, essa faixa de renda é de 30% do total. E o que podemos concluir é que a rua concentra essa classe, que não é popular”, afirma.


O que também demonstra a qualificação é o grau de instrução, pois 63% dos entrevistados tem ensino médio ou superior. As posses também foram utilizadas para reforçar a identificação do público. Dos consultados, 80% têm casa própria, 71% celular, 67% aparelho de DVD, 47% computador e 64% acesso à internet em casa.


Esses consumidores também foram identificados como jovens, pois 60% apresentaram idade até 34 anos, e empregados, com 71% dos entrevistados afirmando trabalhar fora e em período integral, e 51% são assalariados. Também 58% possui cartão de crédito. “Não é lugar de dona de casa que queria economizar como se achava”, conta Valéria.

Consumo – A pesquisa levantou quais são os produtos mais procurados na rua 25 de Março e identificou que as bijuterias prontas têm 27% de participação nas compras das pessoas. Em seguida vêm os brinquedos, com 22%, e os jogos de videogames, com 16%.


Porém os consumidores que se encontravam na via fazendo compras preferem a 25 de Março para adquirir esse produtos do que outros canais de compras, como lojas de rua e shoppings. Essas pessoas também apresentaram alto grau de fidelização e prestigiam o comércio desta região.


“Quem pode perder com isso são os shoppings, pois o público é semelhante. Mas temos que levar em conta que essas pessoas estavam lá fazendo compras e o resultado pode ser diferente se fosse feito em outro local. Porém, quem freqüenta as lojas locais gosta bastante”, explica a diretora de Planejamento para o Varejo.


Para Valéria, outro ponto que chamou atenção é que as pessoas vão ao local pelo preço e estão conscientes da qualidade do produto. “Eles acham justo o que se paga pelo artigo que estão comprando. Também foi apontado a variedade como vantagem da região”, diz. A única desvantagem é a aglomeração de pessoas nas ruas.



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