Com depoimentos focados em parte técnica, presidente do grupo quer partir para relatório
Os depoimentos dos ex-secretários Oscar Gameiro (Transportes e Vias Públicas) e Sebastião Ney Vaz Júnior (Serviços Urbanos) trouxeram poucos elementos novos à CPI da OAS na Câmara de São Bernardo e, se o quadro se repetir nas oitivas de hoje, a comissão admite encerrar na sexta-feira a fase de interrogatório, já partindo para confecção do relatório sobre os trabalhos.
Estão agendadas conversas com Tarcisio Secoli (PT), ex-secretário de Coordenação Governamental e de Serviços Urbanos, e um técnico da TCRE Engenharia, responsável pela consultoria técnica do Piscinão do Paço, principal obra executada pela OAS no município. Tarcisio é figura muito próxima do ex-prefeito Luiz Marinho (PT) a ponto de ter sido escolhido pelo ex-chefe do Executivo como candidato à sucessão em 2016 – foi superado por Orlando Morando (PSDB).
Ontem, tanto Gameiro, quanto Ney Vaz relataram desconhecimento sobre existência de pagamento de propina a agentes públicos, por parte da empreiteira, para executar intervenções no município. Disseram que conheciam Marcel Vieira, apontado em outros depoimentos como interlocutor da OAS em São Bernardo e responsável por liberar recursos ilícitos, mas que nunca souberam de nada de irregular envolvendo o ex-funcionário da empresa.
“Amanhã (hoje) teremos um divisor de águas com relação a essa fase. Os dois ex-secretários falaram de nomes de funcionários da Prefeitura que atuaram na época da confecção do edital, já aprovamos a convocação, mas focaram o depoimento em partes técnicas. Vamos ouvir o Tarcisio e o Marcos Erani (funcionário da TCRE), avaliar o conteúdo e decidir no colegiado”, comentou o presidente da CPI, vereador Mauricio Cardozo (PSDB).
O tucano admitiu que o perfil dos próximos entrevistados é o de também priorizar debates técnicos da obra e, assim, a tendência é encerrar esse período para dar início ao relatório – que precisa ir a plenário na primeira semana de setembro. “Acredito que ouvimos quem tínhamos de ouvir. Tivemos os problemas com os convocados que conseguiram na Justiça o direito de não comparecerem. Mas temos de deixar claro que o nosso tempo é curto, precisamos consolidar muitas coisas. O depoimento do Léo Pinheiro (ex-proprietário da OAS) é extenso. Temos de nos debruçar no relatório agora. Se o Tarcisio e o Marcos não trouxerem fato novo, vou defender que a partir da próxima semana iniciemos o procedimento de consolidação de todo trabalho até aqui.”
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