A CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos) considerou o governo do ex-presidente Alberto Fujimori responsável pelo massacre de 41 presos por terrorismo em 1992, em uma sentença emitida no final de novembro que foi divulgada nesta terça-feira pela imprensa peruana.

A CIDH chegou à conclusão que o Estado peruano violou o direito à vida, à integridade pessoal, assim como o direito à proteção judicial, na matança praticada pela Polícia e pelo Exército entre os dias 6 e 9 de maio de 1992 na penitenciária Miguel Castro Castro, a leste de Lima.

Nessa prisão estavam presos homens e mulheres, entre sentenciados e processados, por ligações com a guerrilha maoísta Sendero Luminoso.

A decisão foi adotada pela Corte Interamericana no dia 25 de novembro e nesta terça-feira foi divulgada pela imprensa em Lima.

No dia 29 de novembro a Corte adotou outra sentença - que já havia sido divulgada - a favor dos familiares das vítimas da matança ocorrida na Universidade de La Cantuta de nove estudantes e um professor, determinando que o Estado também incorreu em violação do direito à vida.

A matança de La Cantuta ocorreu em julho de 1992, dois meses depois da violenta repressão na penitenciária Castro Castro.

Em abril desse ano Fujimori deu um autogolpe de Estado, apoiado pela cúpula das forças armadas, fechando em seguida o Congresso, destituindo os integrantes da Suprema Corte de Justiça e impondo a censura à imprensa.

Fujimori, que se refugiou durante cinco anos no Japão e se transferiu para Santiago em novembro de 2005, goza de liberdade condicional após ter sido mantido preso por seis meses. No entanto, está proibido de sair desse país enquanto o juiz chileno Orlando Alvarez decide se aceita ou não o pedido de extradição feito pelo governo do Peru por crimes de lesa humanidade.