Proprietário da MC3, Mário Jorge Paladino foi preso em ação contra fraude em licitações na Codesp
A PF (Polícia Federal), em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União), o TCU (Tribunal de Contas da União), a Receita Federal e o MPF (Ministério Público Federal), prendeu ontem, no âmbito da Operação Tritão, o empresário Mário Jorge Paladino, sócio da MC3 Tecnologia e Logística, de São Caetano. Ele é suspeito de integrar esquema de fraudes em licitações na Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), estatal federal que administra o Porto de Santos, no Litoral.
Além de Paladino, a PF cumpriu outros seis mandados de prisão e 20 de busca e apreensão na Capital, Santos, Guarujá, Barueri, Rio de Janeiro, Fortaleza (Ceará) e em Brasília (Distrito Federal). O presidente da Codesp, José Alex Oliva, está entre os detidos.
Aberto em novembro de 2017, o inquérito investigou fraudes em contratos envolvendo empresários e agentes públicos ligados à Codesp. Entre as irregularidades, a PF identificou processos licitatórios direcionados, contratações antieconômicas, aquisições desnecessárias e ações adotadas para simular a execução de serviços contratados. Segundo a PF, os contratos suspeitos somam R$ 37 milhões.
A investigação começou quando vazou um vídeo nas redes sociais, em setembro de 2016, em que o então assessor da presidência da Codesp, Carlos Antonio de Souza, aparece negociando um contrato de digitalização de documentos para a empresa pública. Nas imagens, Souza revela, a despeito de ainda não haver licitação publicada na ocasião, valores e a empresa vencedora. “Eu percebi que não tem nada digitalizado, peguei o Mário Jorge... o Mário Jorge, tá... Um contrato de R$ 80 milhões de digitalização, já fiz TR (Termo de Referência) e daqui uns 15 dias estará na rua”, diz o assessor no vídeo. No mesmo mês, a Codesp assinou contrato de R$ 7,3 milhões com a MC3 e, depois, assinou aditivo do acordo no valor de R$ 3,4 milhões.
Tanto Paladino como os demais envolvidos responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude a licitações, peculato e corrupção ativa e passiva. As penas vão de um a 12 anos de prisão. Ao deflagrar a operação no Litoral paulista e na Capital Federal, a PF apreendeu dinheiro vivo, relógios e canetas de luxo.
Questionada, a PF não deu detalhes do que foi apreendido na residência do empresário de São Caetano. A MC3 Tecnologia manteve e ainda detém contratos com a Prefeitura de São Caetano desde 2009. No município, a empresa também tem vínculo com a Câmara de São Caetano, com a USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e com o Saesa (Sistema de Água e Esgoto e Saneamento Ambiental). A firma registrou vínculo com a Câmara de Diadema entre 2013 e 2017.
Os contratos com São Caetano vão desde digitalização de documentos a armazenamento e entrega de leite em pó – a empresa tinha o nome de MC3 Transportes e Logística. Ao todo, recebeu R$ 20,5 milhões do município.
Por meio de nota, o Palácio da Cerâmica, a USCS e a Câmara são-caetanense alegaram que os contratos com a MC3 não são alvos da operação. Já o Legislativo diademense destacou que o acordo com a firma já foi encerrado e não renovado.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.