Embora a data do segundo turno da eleição à Prefeitura de Mauá ainda dependa de uma resolução do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), que pode ser definida já na próxima semana, os coordenadores políticos dos candidatos Márcio Chaves (PT) e Leonel Damo (PV) já discutem a estratégia de campanha. Os coordenadores querem evitar a tensão do primeiro turno quando trocaram acusações ao longo de todo o processo pré-eleitoral. O petista é o que está mais adiantado nos preparativos para o segundo turno, pois já reuniu seu comando de campanha. Damo mantém contatos informais, principalmente com quem disputou vaga para vereador pela coligação.

A prudência do verde tem uma explicação: espera que o STF (Supremo Tribunal Federal) não defira a liminar do ministro Eros Grau que permitiu o registro da candidatura de Chaves, inviabilizando o pleito. Sergio Galvano, coordenador da campanha de Damo - que chegou a ser diplomado prefeito -, diz que a estrutura de campanha do primeiro turno foi totalmente desativada por conta do imbróglio jurídico.

O grupo de Damo acredita que, se houver mesmo segundo turno, a campanha será curta porque se tratará de uma eleição atípica. Segundo a legislação, o prazo mínimo é de 20 dias e máximo de 40 dias para a realização do pleito entre a marcação da data e o dia da votação. A expectativa é de uma campanha de duas semanas, por isso, ninguém arrisca falar em gasto financeiro, por precaução.

Conforme Galvano, Damo quer fazer corpo-a-corpo nos bairros ao lado dos candidatos a vereador da coligação de nove partidos (PV-PFL-PSDB-PSDB-PTdoB-PP-PSC-PAN-PRTB). O coordenador lembra ainda que há preocupação com campanha gratuita no rádio e de material impresso para esclarecer a população. "Se houver eleição, vamos ter dificuldades porque a população não entende o que está acontecendo na Justiça", reforça o coordenador.

A vereadora Vanessa Damo (PV), filha de Leonel Damo, afirma que a estrutura de campanha do primeiro turno, como carro de som e trio elétrico, por exemplo, que animam comícios, será utilizada. "Estamos prontos para ganhar a eleição no voto, mas não devemos esquecer da decisão da Justiça Eleitoral", destaca a parlamentar.

Maior interessado no segundo turno, o coordenador da campanha de Márcio Chaves, deputado estadual Donisete Braga, diz que o PT não desativou totalmente a estrutura montada para o primeiro turno. Conforme o deputado, Chaves já está visitando os 35 núcleos do partido espalhados pelos bairros de Mauá e mantendo contatos com os aliados da coligação de 10 partidos.

Donisete revela que uma parte do material do primeiro turno, como camisetas e panfletos, está armazenada em depósitos. "A forma da campanha dependerá da decisão do TRE, mas é possível adiantar que o PT fará uma campanha de esclarecimento à população, sem ataques. Vamos utilizar todos os meios, como comícios e caminhadas. para divulgar a nossa mensagem."

Petistas estão otimistas com a eleição, relembrando que no primeiro turno Márcio Chaves foi o vitorioso. O petista obteve 91.910 votos (45,77%) e Damo (PV) 79.584 votos (39,63%). "Vamos fazer todo o tipo de mobilização para aumentar a nossa vantagem", garante Donisete Braga. A coligação petista tem ainda PDT, PCdoB, PTB, PMDB, PSL, PTN, PCB, PRP e PMN.

Comunicação - A jornalista Elaine Granconato assumiu nesta sexta a Secretaria de Comunicação de Mauá. Ex-repórter do Diário, Elaine é o quarto secretário de Comunicação do prefeito interino Diniz Lopes (PL) em seis meses de governo. Ela substitui o professor José Maria da Silva Júnior, que permaneceu no cargo apenas um mês. A exoneração de José Maria ocorreu por causa da divulgação, por e-mail da Prefeitura, de propaganda política do PL, partido do prefeito interino, caracterizando improbidade administrativa (mau uso do dinheiro público). Esta quarta mudança na Comunicação ocorre no momento em que está em andamento a licitação de R$ 2 milhões da conta de mídia da Prefeitura. Diniz já mudou os secretários de Governo, Finanças, Serviços Urbanos, Habitação e Administração. O prefeito diz que fará novas mudança no secretariado "sempre que achar necessário".