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Simpatizantes do primeiro-ministro da Ucrânia voltam às ruas
Da AFP
07/04/2007 | 15:18
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Milhares de simpatizantes do primeiro-ministro ucraniano pró-russo, Víktor Yanukovich, voltaram novamente às ruas de Kiev, pelo quinto dia consecutivo, exigindo estabilidade política. Os manifestantes se opõem à dissolução o parlamento e à convocação de legislativas antecipadas anunciadas na segunda-feira passada pelo presidente Víktor Yushenko, um reformador pró-ocidental.

Os dois Víktor mantêm uma ferrenha luta de poder que paralisa e divide esta ex-república soviética de 47 milhões de habitantes.

Neste sábado, o acampamento instalado em torno do parlamento se encontrava mais concorrido do que nos dias anteriores pela chegada de muitos ativistas de vários cantos do país por causa do fim de semana de feriado. "Estou aqui para apoiar Víktor Yanukovich. Não precisamos de uma guerra, não precisamos da Otan" (à qual Yushenko pretende se unir), afirmou Nikolai Shabashov, da cidade de Kerch, sul da Ucrânia.

As últimas reuniões entre Yushenko e Yanukovich fracassaram e o primeiro-ministro pediu uma mediação internacional para resolver a crise. O presidente russo Vladimir Putin ligou para Yushenko na véspera para expressar sua preocupação pelos potenciais efeitos econômicos da crise e pedir que as forças políticas do ex-Estado soviético encontrem uma saída constitucional.

Os pró-russos, que preferem uma aproximação com a Rússia em vez da adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e à UE (União Européia), receberam nesta sexta-feira um apoio importante de Moscou.

A Duma (câmara baixa do Parlamento russo), dominada pelas forças favoráveis ao Kremlin, considerou em sua declaração que a dissolução do Parlamento ucraniano era contrária à Constituição e que enviava "um sinal extremamente perigoso" às forças políticas desse país.

Na quinta-feira, em um gesto inesperado, Yanukovich pediu uma mediação internacional com a participação do chanceler austríaco Alfred Gusenbauer para buscar uma solução para a crise. Este chamado surpreendeu Viena, onde nenhum contato foi confirmado oficialmente. Nesta sexta-feira ao meio-dia, o governo austríaco ainda não havia respondido a este chamado.

"Hoje não há sinal algum das estruturas internacionais de que o presidente atuou de maneira anticonstitucional", afirmou Olexandre Chaly, subchefe da administração presidencial, que esta semana esteve em Estrasburgo (leste da França) para informar o Conselho Europeu a respeito da crise ucraniana. Ao ser perguntado sobre uma mediação internacional, Chaly considerou que esta questão "não era examinada sob este ângulo", em uma entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal ucraniano Den.

A líder da "revolução laranja", Yulia Timochenko, que está novamente ao lado de Viktor Yushchenko, defendeu o decreto de dissolução em uma entrevista publicada pelo diário britânico The Times desta sexta-feira. Segundo ela, a coalizão que lidera a Ucrânia ofereceu subornos a deputados da oposição de vários milhões de dólares para que aderissem à mesma.

A mudança de lado de deputados pró-ocidentais para o setor oposto foi o pretexto utilizado por Yushchenko para dissolver o Parlamento. A coalizão pró-russa contesta esta decisão, por considerá-la inconstitucional. Esta coalizão foi à Corte Constitucional, que na quinta-feira considerou admissível a solicitação e começará a estudá-la "a partir da próxima semana", afirmou sua assessoria de imprensa. A análise exaustiva poderá levar um mês.




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