A nova polêmica envolvendo o atacante, que já enfrenta um processo por envolvimento em um esquema de chantagem, do qual seu companheiro de seleção Mathieu Valbuena é vítima, começou depois que o jogador do Real foi flagrado pelas câmeras de tevê cuspindo no chão após ao término da Marselhesa no último sábado.
A imagem causou revolta aos franceses, inclusive à deputada que representa o país na União Europeia, Nadine Morano, que pediu a exclusão do jogador da seleção nacional por sua atitude. "Depois de muito tolerarmos as vaias contra a Marselhesa em estádios de futebol, precisamos de dura punição a Benzema, que não é mais digno de vestir as cores da seleção francesa. Não vamos encontrar desculpas para o imperdoável. Benzema deveria ser permanentemente excluído da seleção francesa", escreveu Morano em sua página no Facebook.
Nesta quarta, porém, o atleta qualificou essas interpretações como "escandalosas". Por meio de um comunicado, os advogados indicaram que o astro da seleção francesa está "extremamente surpreso com a interpretação que se fez do ato, em geral banal, praticado por todos os jogadores do mundo". No caso, ele se referiu ao cuspe no chão, que de fato é uma prática comum de se ver nos gramados de futebol.
Nadine Morano, entretanto, destacou que Benzema "cuspiu justo no fim da Marselhesa", o que para ela configurou um ato que "se enquadra em desprezo e insulto às vítimas, suas famílias e toda a nação". "Todo mundo sabe o fascínio da juventude por jogadores de futebol. Os jogadores precisam mostrar seu melhor comportamento", disse.
No comunicado distribuído nesta quarta, por sinal, o advogado de Benzema Alain Jakubowicz reconheceu que a cusparada de Benzema ocorreu em um momento inoportuno, mas ressaltou que o jogador nega a "interpretação escandalosa" que foi dada ao ato.
"Embora não tenha por que se justificar, Karim Benzema quer lembrar que manifestou a sua total solidariedade com as vítimas dos atentados que custaram a vida de 130 de nossos compatriotas em 13 de novembro e com suas famílias, por meio de sua publicações (na redes sociais)", afirmou Jakubowicz, se referindo ao fato de que o atacante publicou mensagens de apoio às vítimas e suas famílias em sua conta no Twitter.
Filho de imigrantes argelinos, Benzema já causou polêmica em outros momentos em relação à Marselhesa, ao optar por não cantá-la antes dos jogos do seleção por entender que sua letra é xenofóbica.
No fim de semana, diversos campeonatos nacionais pela Europa optaram por tocar o hino francês antes de suas partidas como forma de homenagear as vítimas dos ataques a Paris no último dia 13, que deixaram 130 mortos.
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