Em 1988, quando ganhou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul, Aurélio Miguel representava a Pirelli, de Santo André. Na Olimpíada de Sydney (2000), Tiago Camilo e Carlos Honorato vestiam a camisa de São Caetano e trouxeram duas pratas. Hoje os tempos são outros, a modalidade perdeu força na região e não tem nenhum representante no grupo que defende as cores do País no Mundial de Paris.

"Ficamos pobres", afirma o coordenador de judô de São Caetano, Mário Tsuitsui. "Encaramos uma briga desigual. Com a entrada de patrocinadores em clubes que não tinham tradição no esporte, ficou impossível competir. Um atleta de ponta ganha hoje o equivalente ao que temos para pagar toda a equipe", completa o dirigente.

Tsuitsui sabe bem o que fala, já que na Seleção que disputa o Mundial, três atletas já estiveram sob seu comando: Thiago Camilo, Maria Suelen Altheman e Bruno Mendonça. "Tivemos uma diminuição muito grande no nosso orçamento. Além disso, o judô se inflacionou", afirma o coordenador, que hoje administra os R$ 15 mil/mês que recebe da Prefeitura para pagar 25 atletas, além de técnicos e outras despesas.

Em Santo André não é diferente. A AD Santo André recebe verba de R$ 9.600 da Prefeitura e tem um time de 26 lutadores. "Ainda me dou por satisfeito por contar com esse valor, pois me possibilita manter a base. Mas é necessário ter uma estrutura financeira muito mais forte para formar um grupo competitivo", aponta o coordenador da AD Santo André, Gildemar de Carvalho.

CONQUISTAS

Ontem o Brasil estreou no Mundial de Paris com duas medalhas. Leandro Cunha, foi prata no meio-leve, e Sarah Menezes faturou o bronze no ligeiro.

Hoje lutam mais três brasileiros: Erika Miranda (52 kg), Rafaela Silva e Ketleyn Quadros (57 kg) e Bruno Mendonça (73 kg). Os combates começam às 4h (de Brasília), com finais a partir das 10h30 e transmissão ao vivo pelo Esporte Interativo, SporTV e Bandsports.