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SPFW mistura arte e moda na passarela
Andréia Meneguete
Do Diário do Grande ABC
19/01/2010 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Para quem pensa que moda nada tem a ver com arte, o segundo dia do badalado São Paulo Fashion Week veio para comprovar o contrário: cada vez mais os estilistas gastam seus tempos com conceitos inspirados na arquitetura e na música, conferindo muita criatividade e curiosidade ao público que ali espera por novidades na indústria indumentária.

E não é que eles comprovam suas habilidades mostrando coleções capazes de colocar em teste o desejo de consumo de qualquer mortal que se diz não ser interessada em moda? Prova disso foi o primeiro desfile de ontem, que aconteceu no SESC Pompéia, sob o forte sol de verão da capital paulistana.

Sob o comando da estilista Danielle Jensen, a marca Maria Bonita trouxe peças inspiradas na arquiteta, designer e cenógrafa modernista romana Lina Bo Bardi (1914-1922), responsável pelo projeto do MASP (Museu de Arte de São Paulo). E o resultado foram looks sóbrios, dominados pela cor cinza (que aparece para simbolizar o concreto), com cortes retos e estruturas limpas, sem grandes marcações.

O destaque ficou para os efeitos vazados feitos por corte a laser e a valorização dos ombros, de um lado carregado por uma estrutura pesada da modelagem e do outro, bem à mostra. Para arrematar, o designer Antonio Bernardo traduziu o olhar diante das obras da arquiteta com joias feitas em formas geométricas.

Já no segundo desfile do dia, nem mesmo o atraso (de mais de uma hora) foi suficiente para apagar o brilho e luxo da apresentação do todo-poderoso Reinaldo Lourenço, que aconteceu na FAAP. Cada aparição era motivo de suspiros na platéia, formada por clientes da high-society paulistana e pela imprensa de todo o mundo. O estilista levou para a passarela um trabalho que teve inspiração nos anos 1940.

Vestidos ganharam o glamour da década e as calças e paletós receberam uma releitura dos uniformes militares. Tudo isso confeccionado com lã, falso vison, jacquard, organza de seda, renda guipure e musselinas. Um dos pontos fortes da coleção de Lourenço foram as botas usadas com zíperes abertos, criando volume e muita feminilidade nos pés.

A marca Maria Garcia, que tem como diretora-geral a renomada estilista Clô Orozco, da Huis Clos, e no comando de estilo a designer Camila Cutolo, chegou com uma coleção despretensiosa e com muita ginga. Ao estilo street chic, as peças ganharam o tom da inspiração por meio de uma música da banda CAKE e tem o olhar de uma menina delicada e cheia de estilo, que tem como costume pegar emprestado a roupa do namorado. Entretanto, muito brilho e feminilidade marcaram as peças da Maria Garcia.

Hoje desfilam Iódice, que faz sua apresentação no Iguatemi, o estilista mineiro Ronaldo Fraga, Simone Nunes, Fabia Bercsek, Ellus e Triton.




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