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Agressão a Cunha, Bolsonaro, Zé Dirceu...
Beto Silva
19/10/2016 | 07:00
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Novembro de 2005. O escritor Yves Hublet, 67, agride o então deputado federal José Dirceu (PT-SP) com uma bengala, na saída do plenário da Câmara. Dois golpes atingiram a cabeça do petista. Muita gente comemorou o episódio e debochou do parlamentar.

Abril de 2016. O ator José de Abreu, que defende ideais do petismo, cospe num casal num restaurante japonês de São Paulo. O artista disse que foi ofendido. Houve reações favoráveis a Zé de Abreu e também ao homem e à mulher alvo do revide.

Também em abril de 2016. O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) cospe em seu colega de Parlamento Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O socialista afirmou ter sido insultado. Defesas fervorosas de lado a lado transbordaram nas redes sociais.

Outubro de 2016. O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é agredido por uma senhora no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. O episódio foi filmado por outros passageiros que estavam no saguão. Há quem sugira até a morte do peemedebista, que responde a duas ações penais na Operação Lava Jato por supostamente manter contas secretas na Suíça e receber propinas milionárias no esquema de corrupção na Petrobras.

Agressão não levam a nada. Não há nada a comemorar em nenhum dos casos. O ódio e a intolerância na política, aos contrários às suas posições e edeologias, têm se intensificado e configura o início de uma revolta fascista, autoritária e ditatorial. Quem tem a ganhar com esses modelos? Apenas os fascistas, autoritários e ditadores. A sociedade favorável à doutrina do Estado Democrático de Direito perde. E sofre.

Para punir excessos, desmandos, irregularidades e crimes, existem as urnas, os órgãos de Segurança e a Justiça. Esses são os caminhos.

O diálogo com quem tem opinião contrária tem de ser estabelecido incondicionalmente. Engrandece o debate. E nem sempre chega-se ao consenso. E, mesmo sem convergência, cada um pode ter sua verdade.
A pluralidade tem de prevalecer. “Dialogar é dizer o que pensamos e suportar o que os outros pensam”, dizia Carlos Drummond de Andrade.

“A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso”, afirmara Martin Luther King.

Não se combate violência com violência. Agressão é o recurso de quem não tem argumento. 




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