Em comemoração ao seu jubileu de prata (25 anos), a Mocidade Independente Cidade São Jorge, de Santo André, apresentará na avenida releitura do primeiro enredo da escola, Se for falar em saudades, o tempo não dá.

A ideia do projeto é mostrar a história do município e da região por meio da chegada das estações de trem, o crescimento econômico e seus personagens, com destaque para o requinte de donzelas e baronesas que viveram no Grande ABC no início do século passado.

O abre-alas traz uma maria-fumaça que leva imagem de São Jorge, a fim de idealizar a viagem no tempo que o enredo propõe. O carro terá também a ala das baronesas e donzelas. A segunda alegoria é formada por um picadeiro, lembrando a raiz circense de alguns fundadores. O desfecho será o carro comemorativo do jubileu, que leva o Rei Momo, pierrôs e colombinas.

"Como podemos repetir um enredo, optamos em fazer isso agora, como uma homenagem ao passado da escola. Apesar de nos inspirarmos nas fantasias usadas em 1988, hoje temos novos recursos, novas texturas e vamos mostrar outra versão da primeira festa da Mocidade", revelou o presidente da agremiação, Fernando Zoccoler, 30 anos.

Conforme o dirigente da escola, as fantasias estão em fase de acabamento. O trabalho começou em julho, com a colaboração de apenas quatro pessoas, que se dedicaram exclusivamente para a realização da Folia. Desde dezembro, mais ajudantes se uniram ao objetivo e agora a equipe de montagem dos carros alegóricos e finalização de fantasias reúne aproximadamente 20 pessoas.

"Acredito que desta vez vamos conseguir corrigir a comissão de frente, que sempre deixamos para a última hora, mas agora estamos bem adiantados. Também nos preocupamos com a questão da evolução na avenida, mas como é um enredo já conhecido, está mais fácil para quem vai desfilar. De qualquer forma, estamos ensaiando muito para o grande dia", destacou Zoccoler.

Família se envolve nos preparativos da Folia

Mesmo com as poucas horas de sono, ao invés de olheiras e cara feia, o que a madrinha de bateria da Mocidade Independente Cidade São Jorge tem no rosto é um sorriso. Pamela Alves Lima, 19 anos, exerce a função há 17. Começou na ala infantil (comandada neste ano por sua filha Marjorie, 3), e há dois anos é quem organiza todos os detalhes da bateria.

O título de madrinha não é novidade na família. A mãe de Pamela, Simone Alves Lima, 43, foi a primeira a ocupar a posição, em 1988. E neste ano a família toda estará na avenida: o pai, Luis Carlos Lino, 41, é o mestre da bateria.

"Desfilar na avenida traz energia muito boa. A gente chora quando perde e vibra quando ganhamos. Cuidar de cada detalhe para essa festa exige muito de cada um, e mesmo assim largamos qualquer coisa para fazer acontecer. Neste ano, desisti do emprego para garantir que a Folia seja como deve ser", afirmou Pamela.