O vice-prefeito de Mauá e secretário de Habitação, Helcio Silva (PT), rejeitou a convocação para assumir a cadeira do deputado federal José Genoino (PT-SP). Na semana passada, o mauaense recebeu o convite da Câmara Federal e anunciou ontem que permanecerá no Executivo. O Diário antecipou com exclusividade que o petista já declarava nos bastidores do PT que iria declinar ao convite. Publicamente, a versão era diferente – ele afirmava que iria tomar posse, caso fosse chamado.
Helcio explicou que a convocação foi feita para assumir a cadeira até 20 de janeiro, quando encerra a licença médica de Genoino, submetido recentemente a uma cirurgia no coração. O deputado já solicitou aposentadoria por invalidez para junta médica da Câmara e aguarda resposta. “Se eu tivesse que assumir por um dia em Brasília, seria obrigado a renunciar ao cargo em Mauá. Estamos falando apenas de um período que eu ficaria, sendo que o Genoino voltaria para assumir”, alegou. Renato Simões (PT) deve ficar com a vaga temporária.
O vice-prefeito recordou que até janeiro viveu a expectativa de assumir o cargo por um período mais longo. “Havia uma reforma política no governo federal e também a vitória do (Fernando) Haddad (PT, na Capital). Ele chamou diversos deputados para compor seu secretariado (José de Filippi Júnior para Saúde e Jilmar Tatto no Transporte). Mas o convite acabou não acontecendo”, recordou. O petista era quinto suplente na bancada do PT em São Paulo e obteve 64.938 votos em 2010.
Helcio avaliou que não compensa deixar o cargo em Mauá e tomar posse como deputado agora para ficar até janeiro, sendo que o recesso no Congresso começa em dezembro e termina em fevereiro. “A condição apresentada é bastante precária”, julgou.
Nos bastidores do partido, comentava-se que o vice-prefeito perderia politicamente caso deixasse a cidade. O petista mesmo admitia para pessoas próximas que atualmente tem maior projeção política pelo trabalho que desempenha na Prefeitura do que se estivesse em Brasília. O pensamento era acompanhado do medo de não conseguir a reeleição e ficar dois anos longe dos holofotes.
O vice-prefeito coloca ponto final a uma novela. Com a recusa, ele não será mais chamado, caso Genoino consiga a aposentadoria.