Impactos da infecção variam de acordo com o paciente; prefeituras farão acompanhamento
O desenvolvimento e os impactos da Covid-19 nas pessoas ainda estão sendo estudados. Porém, já se sabe que a doença pode deixar sequelas, que variam de complicações causadas pela internação ao desenvolvimento de doenças crônicas, além de agravar quadros preexistentes. Por este motivo, identificar e acompanhar pacientes que foram diagnosticados com o coronavírus mesmo após a cura é essencial para entender como a infecção se comporta.
Segundo Mônica Lapa, pneumologista e professora da escola de medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), entre as sequelas mais comuns estão fibrose pulmonar (causa endurecimento e redução progressiva do tamanho dos pulmões, diminuindo a captação de oxigênio e causando falta de ar), trombose pulmonar (quando coágulo entope vaso, impedindo a passagem de sangue, resultando na morte progressiva da parte afetada) e trombose cerebral (AVC).
Estudos indicam que também há risco de problemas no coração e nos rins, mais frequentes nos pacientes que já tinham transtornos cardiovasculares ou insuficiência renal. Fora isso, há sequelas causadas pela internação. “Quanto maior o tempo de internação, maior perda muscular”, afirmou Mônica. Os problemas incluem fadiga, falta de ar e redução da capacidade cardiorrespiratória. Boa notícia é que algumas destas sequelas podem ser tratadas com fisioterapia.
“É importante avaliar entre os infectados quantos ficaram com sequelas. É preciso dar prazo de pelo menos três meses para saber se há resolução completa do quadro”, explicou a docente da USCS. Para isso, a universidade vai trabalhar em parceria com a Prefeitura em ambulatório para acompanhamento pós-Covid que estará disponível até o fim do mês, no bairro Barcelona. Os atendimentos serão exclusivos para moradores de São Caetano que tenham indicação médica para tratamentos específicos.
Estrutura semelhante será disponibilizada por Ribeirão Pires a partir de hoje, no Serviço de Atenção Especializada, no Centro. Entre 14 e 21 dias após a alta hospitalar, o paciente internado em emergência ou com quadro de internação grave fará a primeira consulta. Após realização de exames, será avaliada a necessidade de encaminhamento ao atendimento psicológico ou fisioterapêutico.
A Prefeitura de Diadema informou que estuda a possibilidade de ambulatório específico para acompanhamento de pacientes pós-Covid. Em São Bernardo, a administração alegou que oferta tratamento pós-Covid a pacientes com sequelas da doença. “Os pacientes que recebem alta hospitalar são encaminhados para as UBSs (Unidades Básicas de Saúde), onde passam por avaliação e, de acordo com o quadro, são encaminhados para o pneumologista ou mantém tratamento na UBS.”
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