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São Paulo espera show dos 'deuses' da guitarra
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
17/11/2004 | 11:14
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A espera, que já dura quase oito anos, está prestes a acabar. No mês que vem, dias 4 e 5, os brasileiros finalmente poderão conferir, ao vivo, o show do G3. O projeto especial criado em 1996 por Joe Satriani e Steve Vai reúne no mesmo palco os dois guitarras mais um artista convidado e que seja especializado no mesmo instrumento – Robert Fripp é o nome da vez. Os ingressos para esses shows imperdíveis, que ocorrem no Credicard Hall, estão à venda.

O formato das apresentações é o mesmo desde sua origem: cada guitarrista faz um set com músicas próprias e, no fim, é realizada uma espécie de jam session. Pela série, já passaram vários nomes. O primeiro foi Eric Johnson, cujo show rendeu os primeiros vídeo e CD, batizado G3 Live in Concert, em 1997. O mais recente foi o trabalho com o sueco Yngwie Malmsteen. Sua participação foi registrada no álbum duplo Rockin’ in The Free World e no DVD Live in Denver, ambos de 2003.

Fripp, o convidado, traz ao Brasil uma bagagem profissional acumulada em 35 anos. Seu nome e sua história estão ligados à banda King Crimson, uma das pioneiras do rock progressivo a partir de 1969. Seu som tinha como característica mais notável o experimentalismo, temperado com uma pitada de jazz e de música concreta.

De lá, saíram nomes como o do baixista Greg Lake, que mais tarde migrou para a Emerson, Lake & Palmer, e Belew, que tocou com Frank Zappa, David Bowie e Talking Heads. O primeiro participou de uma fase mais melódica da banda; Belew integrou um período da King Crimson em que a música soava mais nervosa, elétrica, uma espécie de new wave com tempero de vanguarda. Robert Fripp foi o único que permaneceu na formação desde o início.

Mas muita gente deve ir ao Credicard Hall a fim de ver mesmo criador e criatura. É que Steve Vai, que aprendeu a tocar piano aos 6 anos, e acordeom aos 10, migrou para a guitarra aos 12. E ele precisava de alguém que lhe ensinasse os fundamentos do instrumento. Preferiu ir atrás de um conceituado professor de sua mesma cidade, Long Island. E se deparou com Satriani, ainda ausente da mídia.

Vai deu seqüência a uma carreira gloriosa. Aos 19 anos, mudou-se para Los Angeles, onde transcreveu para partituras músicas de Frank Zappa, e assim, ganhou uma vaga na banda. Em 1985, entrou no Alcatrazz, substituindo o mesmo Yngwie Malmsteen que depois reencontraria no G3. David Lee Roth, assim que deixou o Van Halen, chamou Vai para seu grupo e, em 1989, o ex-aluno de Satriani tomou o lugar do guitarrista acidentado do Whitesnake, Vivian Campbell.

A carreira de Satriani, até agora, não pode ser considerada menos prestigiosa. Como professor, ajudou a pavimentar o caminho de guitarristas como David Bryson (Counting Crows), Kirk Hammett (Metallica) e Alex Skolnick (Savarage, Testament). Teve uma banda, a The Squares e, em 1983, Vai conseguiu levar o mestre para a Relativity Records, onde lançou Not of This Earth. Mas foi em 1987, com o disco Surfing With the Alien, que Satriani se consagrou. E, durante a turnê deste álbum, caiu na estrada com Mick Jagger por duas vezes. O guitarrista substituiu ainda, mais tarde, Richie Blackmore no Deep Purple.

Satriani recebeu várias indicações ao Grammy, embora nunca tenha levado uma estatueta para casa. No Brasil, sua popularidade é grande. Tanto que lotou o mesmo Credicard Hall em 2003, quando veio para uma apresentação solo.

A atual formação do G3 já cumpriu cerca de 50 shows, na Europa, Japão e Estados Unidos. As apresentações no Brasil – ainda há uma no Claro Hall, Rio, dia 3 – integram a turnê latino-americana, que se completa com os espetáculos no México (dia 30 deste mês), Argentina (8) e Chile (10).

G3 – Show com Joe Satriani, Steve Vai e Robert Fripp. Dias 4, às 22h, e 5 de dezembro, às 20h. No Credicard Hall – av. das Nações Unidas, 17.955, São Paulo. Tel.: 6846-6010. Ingr.: R$ 200 (camarotes setor 1), R$ 180 (camarotes setor 2), R$ 150 (poltronas setor 1), R$ 130 (poltronas setor 2) R$ 100 (em pé na platéia), R$ 80 (platéia superior).




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