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Sam Raimi volta ao cinema horror

O filme 'Arraste-me para o Inferno' resgata estilo do diretor; longa estreia nesta sexta-feira nos cinemas

Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
14/08/2009 | 07:00
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É bom lembrar: antes de ser responsável pela mais recente incursão do "Homem Aranha" nas telonas, o diretor norte-americano Sam Raimi é referência no cinema de horror. Em 1981, aos 21 anos, dirigiu Evil Dead, que se tornaria cult indiscutível do gênero e gerou uma sequência em 1987, além de videogames.

Confira o trailer

Administrando baixíssimo orçamento (teria custado US$ 350 mil) e elenco que beirava o amadorismo, Raimi conseguiu imprimir seu estilo no filme que o revelou, sobretudo no que diz respeito a macetes de câmera e a um humor que resiste mesmo às sequências mais tensas.

A estreia "Arraste-me para o Inferno", a partir de hoje nos cinemas da região e de São Paulo, é um retorno a essas origens - descontado o orçamento minúsculo, claro.

Ao lado do irmão, Ivan Raimi, o cineasta produziu um roteiro sem muitas firulas: começa acompanhando a agente de crédito Christine Brown (Alison Lohman) em um período decisivo: ao mesmo em que disputa uma promoção no banco em que trabalha, se prepara para conhecer os pais almofadinhas do namorado, Clay (Justin Long). Mas, como desgraça pouca é bobagem, logo a moça ganha uma maldição, da qual terá de se livrar em três dias, ou, como indica o título, será enviada para o inferno.

A maré de má sorte se intensifica quando a bancária se recusa dar mais crédito à senhora Sylvia Ganush (Lorna Raver), que está prestes a perder sua casa. Logo Christine descobre que a mulher não era uma simples aposentada sem muita higiene (Raimi capricha na caracterização da personagem, que parece uma bruxa). Sylvia a ataca - numa sequência hilária - e lança sobre ela um feitiço cigano.

Ela começa então a ser atormentada por um espírito maligno e busca a ajuda de um médium (Dileep Rao), que tenta orientá-la na desajeitada luta para salvar sua alma. A cada cena, doses bem calculadas de escatologia e sarcasmo. Embora não esteja fora da média do gênero, o filme não é muito recomendável para estômagos fracos.

Próximos, e lucrativos, projetos

Se The Evil Dead custou US$ 350 mil, Homem-Aranha 3 (2007) custou mil vezes mais, sendo o filme mais caro que o cinema já produziu até hoje. Assim, depois de um ‘refresco' com Arraste-me para o Inferno, Sam Raimi deve ficar às voltas com as continuações dos grandes marcos de sua carreira nos próximos dois anos.

Em 2010, deve chegar aos cinemas uma nova produção a partir da história original de The Evil Dead, cuja último filme da franquia foi lançado há 22 anos. Já Homem-Aranha 4 deve estrear no ano seguinte.

Recentemente, Raimi, íntimo do universo dos videogames, deu pistas sobre um jogo que tem potencial para virar filme em suas mãos. "Você pode fazer um filme brilhante sobre World of Warcraft se tiver o roteirista e o diretor certos", aposta.




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