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Servidor público contra a Covid-19
Do Diário do Grande ABC
09/05/2020 | 09:00
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Afirmação do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que ‘servidor público não pode ficar em casa, com geladeira cheia, enquanto brasileiros perdem emprego’, é improcedente, deslocada da realidade e leviana. Afinal, os funcionários da União, Estados e municípios estão dando exemplo de coragem, competência e desprendimento. Esses trabalhadores incluem-se entre os brasileiros que estão na linha de frente na guerra contra a Covid-19. São os profissionais da saúde, policiais civis e militares, bombeiros, garis, coletores de lixo, pessoal de retaguarda que mantêm os sistemas funcionando, equipes dos institutos médicos-legais, professores e pesquisadores das universidades públicas. Estes, inclusive os que tiveram bolsas de pós-graduação suspensas, trabalham de modo abnegado em busca de respostas contra a pandemia.

Seu trabalho tem sido desafio diário, como se observa no SUS (Sistema Único de Saúde), do qual, segundo dados oficiais, dependem exclusivamente mais de 70% da população, sem poder aquisitivo para arcar com os custos da medicina privada. Mesmo com o aumento exponencial da demanda em decorrência da Covid-19, o atendimento está sendo eficaz, apesar dos cortes significativos de verbas impostos ao setor, no âmbito da presente política fiscal do governo. O SUS, apesar das dificuldades e falta de recursos, tem garantido, em cenário de extrema gravidade, o princípio da universalidade da assistência médico-hospitalar, consagrado na Constituição Federal. Ademais, há poucos sistemas semelhantes em todo o mundo, inclusive em países desenvolvidos, como os Estados Unidos.

Nossa saúde pública somente tem conseguido cumprir sua missão em meio à pandemia graças ao imenso esforço dos médicos, enfermeiros e todos os profissionais, inclusive os das áreas de administração, dos hospitais e unidades de atendimento. O mesmo se aplica a todos os demais servidores citados neste texto. São os ‘parasitas’ – conforme recentemente já os havia qualificado Paulo Guedes, com o endosso de alguns segmentos da sociedade e do pensamento nacional – que estão mantendo viva a ‘Pátria amada Brasil’. Eles também enfrentam o risco de ter seus salários reduzidos como alternativa à geração de recursos para o enfrentamento da pandemia. Propostas nesse sentido são injustas e socialmente danosas. Não se pode colocar a responsabilidade de financiar a mobilização contingencial sobre a base humana de sustentação do sistema público.

O funcionalismo demonstra, com seu trabalho, que o ser humano jamais pode deixar de ser a prioridade e a finalidade da existência do Estado.

Álvaro Gradim é médico pneumologista e presidente da AFPESP (Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo).


PALAVRA DO LEITOR

Heróis
Nós, brasileiros, temos necessidade de ter heróis. Não sabemos viver sem um. Temos Emerson Fittipaldi, que nos deu muitas alegrias nas manhãs de domingo. Felizmente ele ainda está vivo. Tivemos Ayrton Senna, que nos deixou muito cedo. Também Fernando Collor, que nos enganou redondamente. Quanta decepção com esse herói. Durou pouco. Temos, hoje, Bolsonaro e Moro. Qual deles cairá primeiro? Queiram ou não, Bolsonaro foi eleito porque acreditávamos que tínhamos outro ídolo e futuro herói. Moro, então, nem precisa dizer. É a ‘menina dos olhos’ dos brasileiros honestos. Será que também vamos ficar sem eles? Como diz aquela música: ‘Meus heróis morreram de overdose’. Isso se aplica aos ‘heróis’ da política, claro. Overdose de egocentrismo.
Sebastião Carlos de Oliveira
Santo André

Desinteligência
Apoiadores de Bolsonaro outro dia agrediram profissionais da saúde. Depois, os da imprensa, porque não conseguem entender que a imprensa apenas noticia, fotografa, informa os fatos, não é a culpada pelo caos no País. Agressores são desprovidos de inteligência. Entendam, de uma vez por todas e para sempre, que o culpado tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. Como não conseguem distinguir quem é quem, não medem consequência e os próximos agredidos poderão ser eu, você, familiares, amigos e todas as pessoas que pensam diferente deles, ou talvez por estarem trajando peça de roupa vermelha. A que ponto chegamos. Estão partindo para vias de fato para defender pessoa desumana, cruel, insensível, destruidora, desvalida de dignidade. Bolsonaro dividiu o País. O maior desfavor à Nação foi o voto nesse cidadão. Será que um dia conseguiremos esquecer deste terrível momento?
Armando Silva Lopes
Diadema

Entenda-se!
O Brasil tem presidente eleito democraticamente nas urnas, com quase 58 milhões de votos, e exercendo o poder. É presidente de todos os brasileiros, inclusive dos outros cerca de 47 milhões que não o queriam na Presidência (sem considerar os 31 milhões de abstenções). Seus adeptos agora vão às redes sociais e às ruas pedindo o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal), da Câmara e do Senado, alicerces da democracia, da Constituição e do exercício do mandato. Ademais, ele próprio questiona a seriedade das urnas eletrônicas que o elegeram. Ora, a se realizar o que pedem, desmorona o sistema todo, inclusive a Presidência. A história contemporânea já demonstrou que nessas situações de exceção o presidente não continua no poder. Alguém consegue explicar essa loucura?
Evaristo de Carvalho Neto
Santo André

Rodízio
A respeito do rodízio em pauta no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, seria bom lembrar do exemplo do Rio de Janeiro: rodízio de atividades e ano de veículos. Afinal, por que devemos todos começar e terminar nossas tarefas nas mesmas horas?
Nevino Antonio Rocco
São Bernardo

E agora?
Bolsonaro, se teve a Covid-19, andou apertando mãos, abraçando pessoas e pode ter transmitido o coronavírus. E como ficam essas pessoas? Estamos em uma pandemia, e não em uma ‘gripezinha''.
Tânia Tavares
Capital

Lobo mau
Parabéns a este Diário pelo excelente Editorial do dia 2 (Opinião), bem como pelo destaque dado ao episódio envolvendo o dublê de sargento-vereador, que atende pela alcunha de Lobo. Quem ele pensa que é? Ninguém tem o direito de invadir hospital da forma como fez. E com qual objetivo? Quer aparecer? Quer votos? Ou apenas ser ridículo? Se ele tivesse alguma boa intenção em ajudar, teria doado parte do seu polpudo salário e das verbas de gabinete para ajudar vítimas do novo coronavírus. Por várias vezes ele criticou a construção dos hospitais de campanha em Santo André. Porém, atualmente o Hospital Municipal está lotado, e o hospital do Ginásio Pedro Dell’Antonia já está com 80% de pacientes. Onde estariam agora esses pacientes se o prefeito não tivesse determinado a construção dos hospitais de campanha? Parabéns, Paulo Serra, por seu espírito de liderança, discernimento e bom senso. Que nas próximas eleições esse Lobo volte para a alcateia de origem, de onde nunca deveria ter saído.
Francisco de Oliveira Junior
Santo André
 




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