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Argentina sacrifica gado doente para controlar foco de aftosa
Da AFP
12/02/2006 | 17:37
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As autoridades sanitárias da Argentina sacrificaram neste domingo, com o chamado 'rifle sanitário', cerca de 800 cabeças de gado na província de Corrientes (nordeste) para tentar eliminar o foco de febre aftosa detectado há uma semana, que provocou a suspensão preventiva de 11 mercados de exportação.

Os animais constituíam o núcleo doente de 234 cabeças de gado da área onde foi detectado o foco, aos quais se somaram 570 que, por proximidade, foram considerados sob alto risco de serem contagiados.

Por isso, seguem em quarentena os 3.067 animais restantes da região de San Juan, epicentro da operação, e também os pastos vizinhos. As autoridades também proibiram o transporte de gado na zona.

"Entre a noite de sexta-feira e o meio-dia de sábado, o serviço de saúde pública sacrificou 234 animais, dos quais 217 pertenciam à estância San Juan, onde foi localizado o foco, e outros 17 em uma propriedade vizinha", explicou para a imprensa local Oscar Otero Torres, presidente da Fundação Corrientes de Saúde Animal, formada por pecuaristas.

O dirigente informou que sobre estes animais, que foram descobertos doentes, se aplicou o chamado ‘rifle sanitário', que consiste em matá-los e enterrá-los em locais salpicado de cal para evitar o risco de expansão do vírus.

Enrique Arzuaga, coordenador provincial do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), informou que a mesma medida foi adotada neste domingo para outros 570 animais da estância em questão.

"Decidiu-se utilizar o rifle sanitário com animais vizinhos aos da região infectada. Sobre o resto dos animais sob suspeita, ainda não se sabe o que fazer, pelo menos até que tenhamos o veredicto de nosso epidemiologista. Poderia se recorrer à faina sanitária ou utilizar de novo o rifle", explicou Arzuaga.

A 'faina sanitária' permite salvar a carne do animal sacrificado, com a retirada cuidadosa dos ossos, parte em que pode se alojar o vírus em certa etapa da infecção.

A propriedade afetada pertence a José Romero Brisco, filho do ex-governador de Corrientes, José Romero Feris, e fica a 20 quilômetros da localidade de San Luis del Palmar, a mil quilômetros ao norte de Buenos Aires e perto da fronteira com o Paraguai.

As autoridades no momento tentam estabelecer a origem da doença, que surpreendeu por aparecer em uma área vacinada. Algumas das hipóteses investigadas apontam para a possibilidade de um contrabando de gado a partir de países vizinhos que tenham a febre aftosa e uma eventual deterioração da vacina empregada pela falta armazenamento correto.

De acordo com estimativas de instituições privadas, a Argentina pode perder com este caso 20% de suas exportações de carne, que anualmente representam US$ 1,4 bilhão.




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