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Ausência em consultas chega a 50% na região

Medo do novo coronavírus e tempo de espera pelo atendimento são principais justificativas

Flávia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
23/11/2020 | 00:01
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Creative Commons/Agência Brasil


O absentismo nas consultas eletivas chega a 50% na rede municipal de saúde do Grande ABC, conforme informações levantadas pelas prefeituras a pedido do Diário. As administrações alertam para a importância do paciente avisar caso não possa comparecer na data e horário marcado. Assim, outra pessoa pode ser atendida. Entre as principais causas do não comparecimento estão o medo de contrair o novo coronavírus e o tempo de espera entre o agendamento e a data do atendimento.

Segundo José Branco Filho, infectologista do Grupo Leforte e da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), as pessoas ainda têm receio de comparecer às consultas e ficarem expostas ao vírus. “Os hospitais estão disponibilizando uma área não-Covid e outra apenas para pacientes suspeitos”, tranquiliza. O médico destaca que principalmente pacientes com doenças crônicas e graves não devem deixar de serem acompanhada, mesmo integrando o grupo de risco da Covid.

Pesquisa de junho da APM (Associação Paulista de Medicina) mostrou que 59% dos médicos do Estado notaram agravo de outros problemas de saúde justamente porque os pacientes deixaram de buscar atendimento em razão da pandemia. Os principais problemas indicados foram os cardiovasculares, câncer e descompensação de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, e psiquiátricas.

Na avaliação de João Eduardo Charles, primeiro diretor distrital da APM (Associação Paulista de Medicina), em São Bernardo, o absentismo ocorre em razão do tempo de espera pela consulta. Entre a data em que ela é agendada e o dia do atendimento, a espera pode ser de aproximadamente três meses. “Neste período, a pessoa pode mudar de endereço e buscar atendimento em outra unidade de saúde."

Em Santo André, dos pacientes que marcaram uma consulta eletiva, metade não compareceu. A Prefeitura afirmou que realiza a busca ativa de pacientes, gestantes e pessoas com doenças crônicas para remarcar o atendimento. Em São Bernardo, a administração registra absenteimo de até 40% dependendo da especialidade. A Prefeitura contata os pacientes para tentar o reagendamento.

A Prefeitura de São Caetano informou que o absentismo é de 23% na cidade e a consulta é reagendada caso o munícipe apresente qualquer justificativa da ausência. A administração de Ribeirão Pires afirmou que a taxa no município é de 30% e que os casos mais graves são acompanhados pelas equipes de atenção básica, que monitoram pacientes para verificação e orientação de procedimentos de saúde. 

Diadema adotou protocolo diferenciado em razão da pandemia. Na cidade, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) estão funcionando sob demanda espontânea, atendendo a queixa no mesmo dia ou em até 48 horas, reduzindo o absentismo. No ano passado, a taxa variava de 20% a 30% e a procura pelos faltosos ocorre para gestantes e puericulturas.

As prefeituras de Mauá e Rio Grande da Serra não retornaram aos questionamentos do Diário até o fechamento desta edição. 




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