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EUA não sabem quem governa o Iraque, diz Brooks
Do Diário OnLine
08/04/2003 | 09:52
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Os Estados Unidos não sabem quem comanda o regime iraquiano atualmente. A afirmação foi feita pelo general de brigada do Comando Central (Centcom) dos Estados Unidos no Catar, Vicent Brooks, nesta terça-feira. "A única coisa que sabemos é que a estrutura de liderança está fragmentada", garantiu Brooks.

Segundo o general, ainda há focos de resistência, seja de líderes locais do partido Baath (o mesmo de Saddam Hussein), de oficiais militares ou de pessoas com cargos mais elevados. Brooks também relatou a tomada do aeroporto militar Al-Rashid, no sudeste de Bagdá. As forças norte-americanas já controlavam o único aeroporto civil de Bagdá, o Aeroporto Internacional Saddam, a oeste da capital iraquiana. "Com essa novo avanço fica muito mais fácil receber abastecimento", disse Brooks. "Não posso adiantar mais nada. Só que houve resistência mas que conseguimos atravessar o rio e tudo foi bem sucedido".

Durante a entrevista coletiva diária feita à imprensa, para relatar os avanços da guerra, Brooks falou sobre o ataque proferido contra o regime por volta das 15h de segunda-feira (hora de Bagdá, 8h em Brasília), em que um prédio residencial foi pulverizado por quatro bombas teleguiadas.

No local estariam reunidos 'líderes do alto escalão' do regime, entre eles o presidente iraquiano, Saddam Hussein, e seus filhos, Uday e Qusay. Fontes americanas chegaram a confirmar logo após o ataque que o ditador poderia estar entre os mortos, mas Brooks foi mais cauteloso e disse não ter meios de garantir quem estava no palácio antes dos trabalhos da perícia, que analisa os restos mortais de nove vítimas para identificar se Saddam foi abatido.

Além da possível morte de Saddam Hussein, outro assunto de destaque desta terça-feira é o ataque das forças anglo-americanas ao Hotel Palestine, que hospeda vários jornalistas internacionais que cobrem a guerra no Iraque em Bagdá. Duas pessoas morreram: o cinegrafista ucraniano Taras Protsyuk, 35 anos, que trabalhava para a agência de notícias Reuters, e um cinegrafista espanhol do canal Tele 5. Outros dois repórteres da agência Reuters e uma quinta pessoa, ainda não identificada, estão feridos.

Brooks confirmou que as forças da coalizão responderam a disparos iraquianos vindo "do saguão do hotel". "Dou minhas condolências às famílias e reafirmo que jornalistas não são alvos. Mas as locações em que o regime põe suas armas e escondem suas unidades militares põem em risco a vida de civis", afirmou.

Sobre a explosão ocorrida nesta segunda em um mercado, ação que deixou 14 civis mortos, Brooks disse que não tinha mais dados novos e que os EUA ainda não sabem o que ocorreu no local. "Não descartamos nenhuma possibilidade", disse, sem excluir um ataque da coalizão. Quanto ao número total de mortos da guerra, tanto de soldados como de civis, o general declarou não possuir dados precisos e que preferia não especular. "Só seu que houve muitas perdas para ambos os lados e muitas famílias foram afetadas", disse, completando que em uma guerra urbana as baixas civis são mais difíceis de ser evitadas.




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