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Biogás paulista começa a gerar energia

Não existem mais dúvidas sobre a necessidade de alternativas energéticas viáveis economicamente capazes de diminuir a forte dependência em todo o mundo, inclusive no Brasil

Wilson Marini
Para o Diário do Grande ABC
25/08/2014 | 07:02
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Não existem mais dúvidas sobre a necessidade de alternativas energéticas viáveis economicamente capazes de diminuir a forte dependência em todo o mundo, inclusive no Brasil, dos combustíveis fósseis. Estes são parte da causa do chamado efeito estufa que, por sua vez, é associado ao aquecimento global. Uma ação empresarial que vai ao encontro das novas tendências é a operação pela empresa brasileira Estre de uma usina de geração de energia a partir do biogás em Guatapará. É a primeira no Interior Paulista a produzir energia a partir do lixo. Ao todo, serão investidos R$ 300 milhões para a instalação de usinas em dez dos principais aterros da empresa até 2017. A previsão é de uma receita de R$ 200 milhões por ano quando todas as unidades estiverem em operação. A empresa associou-se com a portuguesa Enc Energy, que atua na geração de biogás a partir de aterros na Europa e possui uma operação em Minas Gerais.

Mudanças
A planta de biogás de Guatapará possui capacidade instalada de 4,2 megawatts de energia, equivalente a um potencial para produção mensal de 3.000 MWh, suficiente para abastecer uma população de 18 mil habitantes. “Projetos de geração de energias renováveis e aproveitamento do lixo como esse recebem atendimento prioritário”, afirma o presidente da Investe São Paulo, Luciano Almeida. A agência informou que a decisão da empresa de entrar no mercado de energia está relacionada ao “colapso do mercado de créditos de carbono”. Segundo o diretor da Estre, Alexandre Alvim, antigamente os aterros sanitários realizavam a queima controlada do lixo que, por meio do controle das emissões de monóxido de carbono, gerava ativos a serem vendidos no mercado regional. Porém, enquanto pagava-se cerca de 12 euros por tonelada em 2008, quando a comercialização dos créditos de carbono estava em alta, hoje a mercadoria vale apenas 12 centavos de euro a tonelada. “É um valor que não paga nem a auditoria da emissão de gases”, afirma.

Energia
Diante do cenário, provocado pela mudança de postura da sociedade em decorrência das mudanças climáticas, a empresa percebeu que deveria aproveitar o gás gerado em seus aterros de outra maneira que não fosse realizando a combustão controlada. Três possibilidades foram estudadas: converter o resíduo em gás veicular, em gás de cozinha ou energia. A energia foi considerada a melhor opção. O combustível que movimenta os geradores é o gás metano retirado por meio de tubulação do aterro sanitário, gerado da decomposição dos detritos, com alto valor calorífico suficiente para gerar energia nos motores.

IPCC
Caso as emissões de gases do efeito estufa continuem crescendo às atuais taxas ao longo dos próximos anos, a temperatura do planeta poderá aumentar até 4,8 graus Celsius neste século, o que poderá resultar em uma elevação de até 82 centímetros no nível do mar e causar danos importantes na maior parte das regiões costeiras do globo, segundo informa a Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Este é o alerta dos cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), da ONU (Organização das Nações Unidas), que divulgaram em setembro de 2013, em Estocolmo, na Suécia, a primeira parte de seu quinto relatório de avaliação. O documento apresenta as bases científicas da mudança climática global.

Todos no mesmo barco
“A humanidade nunca enfrentou um problema cuja relevância chegasse perto das mudanças climáticas, que vai afetar absolutamente todos os seres vivos do planeta”, disse à Agência Fapesp o pesquisador Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP. Para ele, a medida mais urgente é a redução das emissões de gases de efeito estufa, compromisso que tem de ser assumido por todas as nações. “A consciência de que todos habitamos o mesmo barco é muito forte hoje, mas ainda não há mecanismos de governabilidade global para fazer esse barco andar na direção certa. Isso terá que ser construído pela nossa geração”.

“Cidades rebeldes”
É nas cidades que acontecem os mais importantes movimentos de resistência e as rebeliões que clamam por mudanças na ordem política e social. Nova Iorque, São Paulo, Mumbai, Pequim, Bogotá e Johanesburgo inspiraram análise do britânico David Harvey a respeito desse fenômeno urbano. Quem controla o acesso aos recursos urbanos? Quem determina a organização e a qualidade da vida cotidiana? A ocupação do espaço público nunca foi tão discutida como neste início de século. O resultado da investigação é o livro “Cidades rebeldes” (editora Martins Fontes). A obra apresenta exemplos que vão desde a Comuna de Paris até o Movimento Occupy Wall Street para refletir sobre como a vida nas cidades poderia ser mais socialmente mais justa e ecologicamente mais sã. Harvey é destacado nome da geografia humana da atualidade. 




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