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Destino de presos da cadeia pública é o CDP-Sto.André
Gabriel Batista
Do Diário do Grande ABC
13/07/2005 | 08:06
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Dos cerca de 90 presos já removidos da cadeia pública de Santo André, 62 foram para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André. Essas transferências ocorreram na terça e quinta-feira da semana passada, dias após a rebelião de 3 de julho. Outros 28 receberam alvará de soltura ou cumprem pena em penitenciárias. A cadeia - ao lado do CDP, na Vila Palmares - precisa ser reformada em decorrência de infiltrações na laje, grades podres e redes de esgoto e energia deterioradas. Ainda restam 205 presos na cadeia pública.

O delegado seccional de Santo André, Luiz Alberto Ferreira de Souza, afirma que o ideal é esvaziar a carceragem para reformar as duas alas de uma vez. Espera, portanto, vagas no sistema carcerário da Grande São Paulo para "pulverizar" os detentos. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária afirma que o CDP de Mauá está lotado e não pode receber mais gente. Existem hoje 987 presos para 576 vagas na carceragem de Mauá. No CDP de Santo André, que abrigou 62 detentos da cadeia pública, a situação é pior. São 1.238 pessoas em conjunto de celas projetadas para 512 homens.

Em 30 de junho, no entanto, a situação estava mais crítica no CDP de Santo André. Cerca de 1.320 presos habitavam o prédio na data. O delegado seccional Ferreira de Souza diz que a intervenção na cadeia tem de ocorrer "o mais rápido possível". Em julho, o governo do Estado deve realizar a licitação para o serviço. As reformas na cadeia devem começar em agosto.

O delegado seccional acredita na possibilidade de transferir o restante dos presos na cadeia para centros de detenção em Itapecerica da Serra e Mogi das Cruzes. A polícia do Grande ABC em muitas ocasiões remanejou presos da região para essas duas unidades na Região Metropolitana, principalmente antes da abertura do CDP de Mauá, inaugurado há nove meses.

O medo das famílias dos presos provisórios na cadeia de Santo André é de que eles sejam removidos para unidades do interior. "Não quero nem pensar nessa possibilidade. Que Deus tenha misericórdia de mim! Não posso pagar passagem para ir ao interior", disse a costureira Maria de Lourdes Pereira, mãe de um detento da cadeia e que mora no bairro Sapopemba, divisa da capital com Santo André. "Quem tem parente preso no interior fica um mês sem visitá-lo", afirmou a manicure Andréia Silene Rodrigues de Oliveira. Elas preferem ver os entes espremidos no CDP de Santo André do que tê-los longe.

Ferreira de Souza, o seccional, não esconde uma certa ansiedade por ver inaugurados outros dois CDPs em construção na região, o de Diadema e o de São Bernardo. "Essas unidades são de extrema importância para gerenciar a população carcerária da região. Enquanto não ficam prontas, administramos as dificuldades (da falta de vagas)", diz o delegado.

A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária afirma que os CDPs de Diadema e São Bernardo devem ser concluídos até o fim de setembro. As obras, segundo o órgão estadual, finalizaram cerca de 70% do projeto.

A cadeia de Santo André é a única em plena atividade na região. Em São Caetano, a cadeia pública da Delegacia Sede, na avenida Goiás, está protegida por liminar da Justiça que garante a entrada apenas de homens presos na cidade. A decisão judicial também determina um máximo de 122 detentos na carceragem de São Caetano. Terça-feira, havia 90 pessoas na cadeia da Goiás. As cadeias públicas de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Mauá estão todas desativadas.




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