Na contramão dos milhares de atletas que dedicam horas e horas de treino para aperfeiçoar movimentos até chegar perto da perfeição, Juliana dos Santos fez ontem apenas sua segunda prova nos 5.000 m e já conquistou ouro no Pan. A atleta da BM&FBovespa/São Caetano, que é mulher do fundista Marílson Gomes dos Santos – que foi ao Pan –, é especialista nos 1.500 m, mas resolveu se aventurar e deu certo.

Juliana havia feito apenas uma prova nos 5.000 m, justamente para conseguir índice para ir ao Pan. Ontem, adotou estratégia própria para cruzar na frente com 15min45s97. “Não sei correr esta prova, mas confiei. Nem olhei para o tempo das outras. Fui lá para correr. Quando vi que tinha passado os 4.000, vi que podia fazer algo bom”, comentou Juliana, que recebeu elogios do técnico Adauto Domingues. “Ela tem o perfil para essa prova. Tem um final forte. Precisa acreditar.”

Essa não foi a única medalha brasileira no Estádio de Atletismo da York University. No salto triplo, apesar de ter condições de buscar o ouro, Keila Costa, também de São Caetano, não contava com a grande tarde da colombiana Caterine Ibarguen, que sobrou na competição e saltou 15m09, contra 14m50 da brasileira.

O Brasil ainda conquistou a medalha de bronze no lançamento do dardo, com Jucilene de Lima, outra atleta que representa São Caetano na competição e que é irmã de Juliana dos Santos. Ela conseguiu a marca de 60m42, contra 61m44 da norte-americana Kara Patterson e 62m83 da canadense Elizabeth Gleadle.

Já nas semifinais de ontem, o grande destaque foi a velocista Ana Claudia Lemos, também de São Caetano, que venceu sua bateria nos 100 m livres, a prova mais rápida do atletismo, e fez o segundo melhor tempo do dia, com 10s96. A outra brasileira na prova, Rosângela Santos, também passou para a final, que será hoje, às 21h30, com o tempo de 11s08.

Na prova dos 800 m, a brasileira Flavia de Lima também venceu sua bateria com o tempo de 2m02s39 e parte como favorita para conquistar uma medalha na grande final de hoje, a partir das 20h30.